Sobrevida e trajetória geográfica no anteparto de prematuros com desfecho de óbito neonatal no Estado de Pernambuco
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46640 |
Resumo: | A prematuridade representa a segunda causa de mortalidade em crianças menores de cinco anos e a maior causa das mortes neonatais no Brasil e no mundo. Apesar dos avanços no atendimento aos prematuros e do aumento da sobrevida neonatal, as taxas de mortalidade ainda permanecem elevadas, devido, principalmente, às desigualdades relacionadas ao desenvolvimento socioeconômico e à dificuldade no acesso aos serviços de saúde. Objetivou-se analisar a sobrevida e a trajetória geográfica de neonatos prematuros com desfecho de óbito neonatal no anteparto entre os municípios do Estado de Pernambuco. Estudo epidemiológico, em duas etapas: coorte retrospectivo com análise de sobrevida e ecológico utilizando análise espacial do padrão de fluxos. A unidade de análise foram os 184 municípios pernambucanos. A população foi composta por 4.643 casos de óbito neonatal de recém-nascidos prematuros. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos referentes ao período de 2013 a 2019. Foram realizadas análises: descritiva, bivariada, com o teste de Kruskal-Wallis e multivariada mediante modelo linear generalizado a partir da distribuição de probabilidade normal inversa ajustada para um alto volume de zero (ZAIG). Para analisar a trajetória geográfica percorrida no anteparto dos prematuros, utilizou- se análise espacial do padrão de fluxos entre residência, local de nascimento e local do óbito pelo método K-means. A sobrevida dos recém-nascidos prematuros foi de 2 dias e 34% (n = 1578) viveram menos de 1 dia. Os óbitos foram em 55,16% de prematuros do sexo masculino, 52,19% com peso ao nascer extremamente baixo e 45,08% de prematuros extremos. Os fatores associados ao maior tempo de sobrevida foram: nascimento no período da madrugada, Apgar no 1o e 5o minuto ≥ 7, ausência de anomalia congênita, apresentação cefálica, idade materna ≥ 35 anos, maior tempo de estudo materno, maior idade gestacional, gravidez dupla ou tripla, parto cesáreo, maior número de consultas pré-natal, trabalho de parto não induzido e residir na região metropolitana. Os neonatos cujas mães eram pardas, o tempo de sobrevida foi menor em relação às mães brancas (p = 0,03). Em relação ao padrão espacial de fluxos entre residência- local de nascimento, os óbitos com distância entre 0 e 61,3km foram responsáveis por 74,7% (n = 2449) e 17,5% (n = 572) entre 61,3km até 163,5km. Observou-se divergências nos tempos de sobrevida nas diferentes mesorregiões do estado, destacando-se a região metropolitana com o maior e o São Francisco com o menor tempo de sobrevida neonatal. O padrão espacial refletiu fluxos heterogêneos entre os municípios, principalmente no que diz respeito ao fluxo local de residência materna-local de nascimento dos recém-nascidos. Estratégias de educação permanente como a capacitação de profissionais, em especial o enfermeiro, e o investimento em estudos que avaliem o itinerário terapêutico de gestantes e a identificação de falhas nas redes de atenção obstétrica são importantes para o planejamento de serviços e redução da mortalidade neonatal. |