Coorte Nascer Prematuro: sobrevida e condições associadas ao óbito em prematuros de Unidades De Terapia Intensiva Neonatais no Sudoeste Baiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Raquel Cristina Gomes
Orientador(a): Medeiros, Danielle souto de
Banca de defesa: Rocha, Daniela da Silva, Leite, Alvaro Madeiro, Freitas, Brunnella Alcantara Chagas de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33850
Resumo: Introdução: A prematuridade constitui-se importante prioridade de saúde pública mundial e suas complicações foram responsáveis por 18% dos óbitos em menores de 5 anos, no mundo, em 2016.As condições relacionadas à assistência pré-natal e ao parto e as características clínicas neonatais podem interferir nas chances de sobrevivência dos neonatos de risco. A identificação dos distintos fatores que interferem na redução de mortes potencialmente evitáveis e de complicações da prematuridade acarreta possibilidade de elaboração de intervenções e melhoria dos fluxos assistenciais ao longo da gestação e do período neonatal. Objetivo: investigar o efeito das características dos prematuros, condições de saúde e atenção neonatal recebida sobre o óbito e sobrevida dos prematuros, internados em UTI Neonatais, no período neonatal. Método: trata-se de um estudo de coorte não concorrente, incluindo todos os prematuros admitidos em três UTI neonatais da cidade de Vitória da Conquista, BA, no período entre 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2016. A população foi acompanhada desde o dia da admissão até a alta hospitalar, transferência ou óbito, respeitando a censura de 27 dias de vida. Foi realizada análise estatística através da Regressão de Poisson com variância robusta para o desfecho óbito.Resultados: estudaram-se 181 prematuros, cuja idade gestacional variou de 23 0/7 a 36 semanas 6/7, com mediana de 32 semanas, peso de 455 a 3.965g, com mediana de 1.741g, e de 18 dias de internação nas UTI neonatais. Do total, 18,8% evoluíram para óbito durante a permanência nas unidades. Análise multivariada foi realizada através da Regressão de Poisson, obtendo-se o risco relativo (RR) para a ocorrência do óbito e seu respectivo intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Mantiveram-se no modelo final (p < 5%) as seguintes variáveis: idade gestacional entre 28 e 32 semanas (RR: 5,66; IC 95%: 2,08- 15,40) e menor que 28 semanas (RR: 9,24; IC 95%: 3,27 -26,12), Apgar de 5º minuto menor que 7 (RR: 2,15; IC 95%: 1,23-3,74), uso de ventilação mecânica por 4 ou mais dias (RR: 2,19;IC 95%: 1,18- 4,04). As condições clínicas: sepse tardia (RR: 3,72; IC 95%:1,77-7,83), síndrome do desconforto respiratório agudo (RR:2,86; IC 95%: 1,49-5,46), hemorragia pulmonar (RR:1,97, IC 95%: 1,40-2,77) e enterocolite necrosante (RR: 3,41; IC 95%: 1,70-6,83) também apresentaram-se estatisticamente significativas. Considerando apenas o período neonatal,a sobrevida foi de 85,1%, sendo59,3% no período neonatal precoce. Apresentaram significativamente menor sobrevivência nesse período: prematuros extremos (45,5%), com extremo baixo peso (72,0%), com Apgar de 5º minuto menor que 7 (65,6%), que receberam manobras avançadas de reanimação (50,0%), com hipotermia moderada na admissão (67,7%) e que receberam 4 ou mais dias de ventilação mecânica invasiva (70,2%). Conclusões: Os resultados apresentados demonstram que a taxa de óbito e sobrevida foram semelhantes aos verificados em estudos nacionais, porém, distintos dos observados em estudos internacionais. Tais achados sugerem a necessidade do fortalecimento de ações custo efetivas na assistência perinatal, com destaque as situações inerentes aos cuidados no momento do parto e nos primeiros dias de vida, pois evidenciamos um maior número de óbitos nesse período, além da adequação dos protocolos assistenciais para o contexto local e baseados nas melhores evidências científicas.