Entre a história e o cinema : Lúcia Murat e sua arte do viver

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SOUZA, Jonatas Xavier de
Orientador(a): GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32878
Resumo: Este trabalho focaliza as experiências subjetivas da militante “histórica” Lúcia Murat, cuja história de vida se entrelaça com a de uma geração de mulheres que lutaram contra a ditadura militar no Brasil, destacando-se no tempo presente pela criação poética no cinema que afirma novos modos de inscrição e reinvenção de si. Não obstante, visa dar visibilidade a sua trajetória de militância política e aos seus processos inventivos da subjetividade na sétima arte, num exercício de elaboração histórica de sua cartografia. Para isso, considero seus prontuários elaborados pela Delegacia de Ordem Política e Social do Estado da Guanabara nos anos 1970, seus depoimentos escritos e orais, os filmes que produziu entre 1978 e 2018, bem como as críticas e matérias relacionadas à sua produção cinematográfica e publicadas nos jornais O Globo e Folha de São Paulo. Nessa análise histórica, privilegio os deslocamentos subjetivos experimentados por Lúcia Murat em sua busca ética por “possíveis” no cinema; “dobras” que lhe permitem continuar lutando no mundo atual de forma sofisticada, “experientes” que se tornaram na constituição de uma “estética da existência” ou “arte do viver”, como diz Foucault. Essa prática metodológica tem respaldo nos estudos de Deleuze sobre o cinema, visto que os filmes de Murat têm como pressuposto principal a elaboração da “imagem-tempo”. Mais do que isso, sua elaboração discursiva no cinema leva-nos de encontro aos estudos feministas, visto o caráter estético de sua arte profundamente marcado pelas dimensões de gênero.