Avaliação ultrassonográfica da musculatura periférica e abdominal de pacientes críticos com Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: MOURA, Pedro Henrique de
Orientador(a): CAMPOS, Shirley Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46192
Resumo: A pandemia da Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, atingiu o mundo desde o final de 2019, causando síndromes respiratórias agudas com sintomas leves e graves, com aumento nas taxas de internamento nas unidades de terapia intensiva (UTI). Pacientes críticos podem desenvolver a sarcopenia por fatores como inflamação, estado de gravidade e restrição ao leito, com comprometimentos na funcionalidade e piores desfechos clínicos. A mensuração muscular periférica através daultrassonografia é um tema de crescente interesse para avaliação desses pacientes, refletindo a composição muscular e contribuindo no diagnóstico da fraqueza muscular adquirida na UTI. Nesse contexto, foi realizada uma revisão de escopo e um estudo transversal com objetivo de sumarizar um protocolo de avaliação da espessura muscular com ultrassonografia de músculos periféricos e abdominais, bem como, avaliar a confiabilidade inter-examinador deste protocolo em doentes críticos. Em seguida, após implementação deste protocolo para população com Covid-19, foi desenvolvido um estudo observacional longitudinal retrospectivo com objetivo de avaliar a evolução das medidas ultrassonográficas da musculatura periférica e abdominal em pacientes ventilados mecanicamente durante 7 dias de internamento. Para o estudo transversal, na amostra com 10 pacientes (idade média: 55 ± 19 anos; 7 (70%) mulheres; APACHE II 22,9 ± 8,6 e SAPS3 63,9 ± 23,3 pontos) foi observado que a análise inter-examinador indicou que o coeficiente de correlação intraclasse (ICC) para todos os músculos avaliados variou de 0,97 a 0,99, com p < 0,001. Para o estudo observacional, na amostra com 30 pacientes com Covid-19 (idade média: 59,83 ± 15,63 anos; 21 (70%) homens; APACHE II 24,0 ± 6,1 e SAPS3 64,2 ± 10,5 pontos) foi observada redução estatisticamente significativa de espessura muscular entre o 1o e 3° dia para os músculos bilateralmente tibial anterior e gastrocnêmio medial com variação de perda mínima de 11,5% e máxima de 14,6%. Entre o 1o e 5° dia, também, bilateralmente, o quadríceps, reto femoral, gastrocnêmio lateral, deltoide e bíceps braquial mostraram perdas entre 16,4% e 39,2%. Quanto aos músculos abdominais, verificou-se perda para o oblíquo interno entre 1 e 5 dias e diferenças significativas para o reto abdominal e transverso do abdômen foram mensuradas entre 1o e 7o dias de ventilação mecânica invasiva (VMI) em 25,9%, 29,5% e 29,4%, respectivamente. Em relação a área de secção transversa, também foi observada redução estatisticamente significativa ente o 1o e 5° dia para o tibial anterior bilateralmente e bíceps braquial esquerdo com perdas entre 24,7% e 25,6% e entre o 1o e 7° dia para o reto femoral bilateralmente e bíceps braquial direito com perdas entre 23% e 27,8%. Pode-se concluir que a confiabilidade inter-examinador através da ultrassonografia em doentes críticos sob VMI é alta entre examinadores treinados e que houve perda de massa muscular dos músculos avaliados na primeira semana de internamento de pacientes com Covid-19.