Avaliação da qualidade na fase pré-analítica do laboratório de Bioquímica clínica de um hospital de referência em Recife - PE: um relato de custo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SOUZA, Ana Aparecida dos Santos
Orientador(a): ANDRADE, César Augusto Souza de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Gestao e Economia da Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39831
Resumo: Cerca de 70% de todos os diagnósticos são feitos com base nos testes laboratoriais, sendo que 60 a 70% desses testes afetam decisões médicas sobre a admissão, alta hospitalar e regime terapêutico dos pacientes. Portanto são necessários estudos que avaliem a qualidade nesse processo dos testes de diagnóstico. Os erros pré-analíticos são aqueles que ocorrem desde a solicitação médica, coleta, transporte da amostra até a alocação da amostra no setor de análises. Cumpre salientar que esses erros causam atraso na conduta médica e incremento de custos. O setor de bioquímica clínica do hospital estudado foi o responsável por 70% dos exames realizados em todo laboratório no ano de 2018, tivemos assim uma boa amostragem da fase pré-analítica. A presente dissertação teve como objetivo avaliar a qualidade dos processos na fase pré-analítica através de indicadores de qualidade de um laboratório de bioquímica clínica, correlacionando-os com os custos diretos; foi realizado em um hospital de referência em Recife-PE. Tratou-se de um estudo de caráter transversal e descritivo, com uso de dados primários e secundários sendo contabilizado os custos diretos dos insumos causados pelos erros pré-analíticos. Os resultados obtidos demonstram que o tempo entre coleta e transporte de amostra variou de 21 minutos até 5 horas e 54 minutos. Em relação à qualidade na coleta realizada por profissionais externos ao laboratório foi observado que 501 amostras foram para descarte e não foram analisadas. Houve elevada prevalência de tubos coletados em excesso sendo responsável por 77,8% dos custos totais perfazendo um custo de insumos de R$ 1.447,89. Foram analisadas 15.751 amostras dos testes de hemoglobina glicada. Destas 308 (1,95%) foram acima das quatro coletas preconizadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes para realização dos testes de hemoglobina glicada no período de doze meses. O custo direto de insumos foi de R$ 1.838,76 para essas dosagens em excesso. Este estudo constatou que os erros pré- analíticos são uma realidade nos laboratórios clínicos, onde a qualidade laboratorial é um desafio principalmente no âmbito do sistema público de saúde, onde programas de acreditação laboratorial não são comumente inseridos e os custos causados por esses erros tem uma alta prevalência nos custos totais em saúde.