Funções executivas e regulação emocional em dependentes químicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: FORMIGA, Mariana Bandeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34590
Resumo: As funções executivas (FE) direcionam e coordenam o comportamento humano relacionado a metas, permitindo avaliar a coerência entre as ações executadas e os objetivos pré-estabelecidos. A regulação emocional (RE) é o processo de modificação da intensidade, da duração ou do tipo de resposta emocional para manter um comportamento adaptativo. As FE e a RE estão intimamente relacionadas e ambas são comprometidas pelo transtorno por uso de substâncias (TUS). O objetivo desta tese foi comparar e analisar as FEs e a RE em pessoas sem o TUS, com o TUS de álcool e/ou nicotina e com o TUS de polisubstâncias, incluindo pelo menos uma substância ilícita. Consiste em uma pesquisa transversal, descritiva e quantitativa. Realizada em dois Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas, na região metropolitana de João Pessoa, Paraíba, Brasil. A coleta de dados ocorreu por meio de uma entrevista individual, com duração média de 50 minutos. Os instrumentos utilizados foram: questionário sócio demográfico; Mini-Exame do Estado Mental; Emotion Regulation Profile (ERP); O Trail Making Test, parte B; Victória Stroop Teste; O subteste Dígitos no WISC-III; Mini International Neuropsychiatric Interview. O TUS foi avaliado a partir dos critérios estabelecidos pelo DSM–5. A amostra foi constituída por 130 voluntários, divididos em três grupos: grupo 01, composto pelos participantes que não apresentavam os critérios diagnósticos para o TUS (n = 60), mas eram usuários de álcool e/ou nicotina; o grupo 02, por usuários com TUS de álcool e/ou nicotina (n = 51); e grupo 3, formado pelos usuários com TUS de polisubstâncias, incluindo ilícitas (n = 19). Observou-se que o desempenho nas FE foi melhor no grupo 01 e declinou nos grupos 02 e 03. Na RE, observou-se maior frequência no uso de estratégias disfuncionais e desadaptativas em ordem crescente do grupo 01 ao 03. Os participantes do grupo 03 exibiram maior uso de estratégias desadaptativas e menor desempenho nos testes de memória de trabalho. No grupo 01, observou-se que quanto maior o desempenho nas FE menor a probabilidade de usar as estratégias disfuncionais de RE. Os dados desta pesquisa contribuem consistetemente no campo de estudos do TUS, sobretudo, revelam o maior compromentimento das FE, com desempenho prejudicado no controle inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva, e da RE, com maior uso de estratégias disfuncionais e desadaptativas. Em especial, revela maior gravidade das consequencias cognitivas e emocionais dos usuários com trantorno por uso de polisubstâncias, incluindo substâncias ilícitas.