O espaço, a cultura e a integração ibero-americana: uma análise discursiva da construção de um espaço cultural compartilhado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: LUCENA, Camila da Silva
Orientador(a): DE NARDI, Fabiele Stockmans
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27126
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar como se constrói discursivamente, na Carta Cultural Ibero-Americana e no Documento de Desenvolvimento da Carta, a ideia de um espaço e uma cultura comum por meio da qual se sustenta a proposta de integração ibero-americana. Para fundamentar a discussão, temos como aporte teórico a Análise do Discurso de linha pecheuxtiana que nos oferece elementos necessários para compreender como se articulam, nos discursos desses dois documentos, diferentes discursos outros, entre memórias e silenciamentos, através dos quais se constrói um imaginário sobre o espaço, a cultura e a integração da Ibero-América. Nosso ponto de partida é o pressuposto de que, com a ideia de integração, surge a necessidade de se colocar em evidência algo em comum, capaz de provocar nos sujeitos uma identificação com esse espaço e servir como elemento legitimador de tal proposta. Com isso, exploramos teoricamente as noções de espaço, cultura e designação com vistas a compreender: como se constrói discursivamente o espaço cultural ibero-americano, como se dá a representação da cultura nesse espaço e como essas questões vão se marcando, na materialidade da língua, a fim de construir uma estabilização de sentidos através das designações integración, cooperación e intercambio. Dessa forma, analisando os efeitos de sentidos da construção de um imaginário cultural sobre a Ibero-América, foi possível observar a naturalização de certos sentidos produzidos em torno desse espaço - como o de que todos esses países têm em comum uma formação histórica e cultural semelhante - apagando dizeres outros – a exemplo da questão da colonização e da miscigenação. Os resultados das análises apontam que esses documentos funcionam definindo e regulando o modo de ver e pensar o espaço cultural ibero-americano, visando o reconhecimento e a identificação do sujeito ibero-americano. Por fim, essa identificação ocorre em um espaço que é ideológico, politico e discursivo, atravessado pelo “efeito cultura” que constrói uma unidade, culminando com o sempre-já-sentido de integração.