Marcas de interatividade em livros didáticos de Língua Portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: BARBOSA, Mirella Silva
Orientador(a): BARROS, Kazue Saito Monteiro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31895
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo identificar quais marcas de interatividade estão presentes nos Livros Didáticos de Português. A proposta deste estudo parte do pressuposto de que o texto escrito apresenta certas pistas de interatividade estabelecendo uma relação mais direta do escrevente com seu interlocutor, e que a construção de conhecimento se dá a partir da interação, como defende Vygotsky (2001). Nessa perspectiva, tomamos o postulado básico que defende a noção de texto como o próprio lugar de inter-ação entre os sujeitos, os quais ativam cognitivamente estratégias de processamento textual para a construção de sentido (KOCH, 2011). Diante disso, podemos dizer que o sentido de um texto não se encontra propriamente nele, mas se constrói durante a interação. É importante salientar que analisar traços de interatividade no texto escrito não é averiguar as marcas da oralidade na escrita, mas, sim, identificar como os indícios de interatividade são construídos através do escrevente com o uso de expressões e recursos linguísticos subentendendo a presença de um leitor. Essa pesquisa é respaldada nos estudos de Koch (1996; 2009; 2011; 2016), Marcuschi (2001; 2005; 2006; 2008; 2012); Gumperz (2013) e Vygotsky (1988; 2001; 2005). Nossa análise terá como corpus duas coleções de Livro Didático: Português: linguagens, de Willian Cereja e Thereza Cochar, publicado pela Editora Saraiva, e Singular & Plural, de Laura Figueiredo, Marisa Balthasar e Shirley Goulart, publicado pela editora Moderna. Ambas as coleções foram aprovadas recentemente pelo Ministério da Educação do Brasil no âmbito do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) (2017). A escolha do Livro Didático como corpus dessa pesquisa deve-se ao fato de sua importante dimensão textual, linguística e, sobretudo, por sua relevância nas práticas sociais, visto que o Livro didático é o grande orientador do currículo. A análise dos dados permitiu-nos concluir que as marcas de interatividade nos Livros Didáticos são motivadas pela suposição do conhecimento partilhado/não-partilhado partindo do autor e tendo em vista a imagem do leitor presumido. Desse modo, podemos ainda defender que essas marcas cumprem funções textuais-interacionais no Livro Didático, ativadas pelos interlocutores no evento comunicativo.