Sintomas depressivos e fatores associados em idosos brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: GOMES, Gabriela Carneiro
Orientador(a): SILVA, Vanessa de Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Gerontologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35971
Resumo: É notório o crescimento da prevalência de Depressão na população brasileira, especialmente nos idosos. Esta doença, caracterizada como uma síndrome heterogênea e de grande magnitude, pode-se apresentar em diferentes padrões de comportamentos na população idosa. O presente estudo objetivou analisar o perfil e os fatores associados aos sintomas depressivos em idosos brasileiros. Foi realizado um estudo seccional de caráter analítico a partir de dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, analisando os 11.170 idosos brasileiros com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos e sem dados faltantes, presentes no banco de dados. A análise descritiva foi feita por meio de tabela de frequência e de medida de tendência central conforme a natureza das variáveis analisadas. Através da Análise de Classes Latentes foi criada a variável dependente dos sintomas depressivos com três categorias em uma escala ordinal a partir de nove questões da Pesquisa Nacional de Saúde relacionados aos sintomas depressivos. Testes de Qui-Quadrado ou Exato de Fisher e Análise de Resíduos Padronizados testaram a associação, e modelos de regressão logística multinomial simples e múltipla testaram o efeito das variáveis independentes sobre a variável dependente, sendo considerado o nível de significância de 5%. A população estudada foi classificada em três comportamentos de sintomas depressivos, denominados em: Ausência de sintomatologia depressiva, Tendência a sintomas depressivos e Persistência de sintomas e/ ou comportamentos depressivos. A tendência aos sintomas depressivos foi observada em 23,1% dos idosos analisados, e a persistência de sintomas depressivos apresentou percentual de 9,8 %. Observou-se que são fatores de risco para apresentar tendência à sintomatologia depressiva: ser mulher (OR= 1,85), ausência de ingesta alcoólica (OR= 1,42), percepção geral da saúde Regular (OR= 2,78) e Ruim/Muito ruim (OR= 6,16), diagnóstico positivo para doenças cardíacas (OR= 1,49), artrite/ reumatismos (OR= 1,61) e depressão (OR= 3,12). Ter concluído nível superior ou pós-graduação é um fator de proteção para apresentar tendência a sintomas depressivos (OR= 0,50). Quanto à persistência de sintomas e/ou comportamentos depressivos, são fatores de risco: ser mulher (OR= 1,76), ser apenas alfabetizada (OR= 2,66), tabagismo diário (OR= 1,95) ou menos que diariamente (OR= 1,77), ausência de ingesta alcoólica (OR= 1,72), sedentarismo (OR= 1,63), percepção do estado geral de saúde de ruim/ muito ruim (OR= 39,35) a regular (OR= 6,26), ter diagnóstico positivo para doenças cardíacas (OR= 2,12), artrite/ reumatismos (OR= 1,75) e depressão (OR= 7,93). Conclui-se que os sintomas depressivos na população idosa brasileira possuem alta prevalência, bem como três perfis de comportamentos quanto à frequência da sintomatologia depressiva. Tais padrões da sintomatologia depressiva estão associados a fatores biopsicossociais, no âmbito pessoal, estilo de vida, percepção do estado de saúde e diagnóstico positivo de doenças crônicas. Torna-se importante o conhecimento dos diversos comportamentos que os sintomas depressivos podem se apresentar nos idosos, e não apenas caracterizar o sujeito em presença ou ausência da doença, mas também observar o caráter multidimensional e contínuo da depressão.