Paleogeografia do cretáceo no nordeste do Brasil : abordagem geoquímica e geocronológica estratégica das Bacias do Araripe, São Luís e Grajaú

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SILVA, Thales Lúcio Santos da
Orientador(a): SOUZA NETO, João Adauto de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geociencias
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48428
Resumo: As formações Codó (bacias de São Luís e Grajaú) e Ipubi (Bacia do Araripe), que constituem sequências de folhelhos negros e evaporitos, vêm sendo correlacio- nadas devido a sua sequência litológica e conteúdo fossilífero. Entretanto, estudos geoquímicos relacionando ambas as formações não tinham sido realizadas, até o momento, de forma a elucidar questionamentos sobre o ambiente deposicional, ida- de de deposição e consequente contexto paleogeográfico. Com o uso de parâmetros geoquímicos (orgânicos, inorgânicos e isotópicos), apresentam-se aqui condições paleoambientais, geocronológicas e paleogeográficas dos folhelhos negros de am- bas as formações. Essas rochas se depositaram em condições óxicas-subóxicas (V/Cr < 2; COT/NT > 5; δ15Ntotal = 3,7-6,9 ‰), em um paleoclima quente-úmido (Rb/Sr < 1; Sr/Cu < 5; Fe/Mn elevados; valores de δ13Corg negativos) e com varia- ções de paleossalinidade (Sr/Ba < 0,2) provavelmente devido ao corpo d’água ser estratificado. Além disso, os folhelhos negros possuem matéria orgânica de origem marinha com influência de não-marinha (razão COT/NT baixa) nas bacias de São Luís e Grajaú, enquanto possuem origem não-marinha (razão COT/NT baixa) na região N da Bacia do Araripe e origem marinha com influência de não-marinha na região SW da Bacia do Araripe (razão COT/NT elevada). A partir da geocronologia Re-Os (em rocha total), estabeleceu-se que os folhelhos negros da Formação Codó (Bacia do Grajaú) se depositaram em 119,52 ± 2,51 Ma (Barremiano Superior- Aptiano Inferior), anteriormente ao Evento Oceânico Anóxico 1a. Associado a isso, sugere-se que a Formação Codó se depositou cerca de 3 Ma depois da Formação Ipubi, uma vez que esta última se depositou em 122,61 ± 3,5 Ma (Barremiano Supe- rior-Aptiano Inferior). Baseando-se nos estudos geoquímicos aqui realizados, infere- se que durante o intervalo Barremiano Superior- Aptiano Inferior: (i) a entrada do Mar de Tethys nos folhelhos negros da Formação Codó teria ocorrido pela Bacia de São Luís, mas se restringindo à região dessa bacia – uma vez que ela é limitada a sul pelo Arco Ferrer-Urbano Santos – impedindo a ingressão marinha durante a de- posição dos folhelhos negro na Bacia do Grajaú; e (ii) a entrada do Mar de Tethys que afetou os folhelhos negros da Formação Ipubi teria ocorrido pela Bacia do Poti- guar; entretanto, essa ingressão teria se limitado à região SW da Bacia do Araripe – uma vez que a região N-NE dessa bacia provavelmente estava topograficamente mais elevada, por efeito de horsts gerados pela reativação de zonas de cisalhamen- to (de direção E-W e NE-SW), enquanto a região SW encontrava-se em uma plata- forma topograficamente mais rebaixada.