Anatomia e função da musculatura mastigatória de marsupiais didelfídeos (didelphimorphia; didelphidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: ABREU, Juann Aryell Francisco de Holanda
Orientador(a): MORAES, Diego Astúa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54964
Resumo: Os didelfídeos representam a maioria da diversidade dos marsupiais americanos. Tradicionalmente, são considerados como generalistas, mas variam quanto a proporção dos itens que consomem. Nós abordamos a relação entre as características musculares e a exploração dos recursos alimentares a partir de dois estudos, ao longo da ontogenia de Didelphis albiventris e diferentes gêneros de didelfídeos. Para isso, nós apresentamos dados anatômicos (fixações musculares no crânio e mandíbula, e orientações das fibras) e relações biomecânicas da musculatura mastigatória de uma série ontogenética de D. albiventris (21 espécimes) e nove gêneros de Didelphidae (16 espécimes, incluindo Caluromys, Didelphis, Lutreolina, Philander, Metachirus, Marmosa, Marmosops, Monodelphis e, parcialmente, Chironectes). No segundo estudo, os músculos foram digeridos quimicamente após a dissecção para análise da arquitetura muscular, com a medição do comprimento dos fascículos e cálculo da área de secção transversal fisiológica (PCSA). Nós combinamos essas informações para estimativas funcionais relacionadas a dieta, como a força de mordida. A ontogenia da anatomia dos músculos mastigatórios de D. albiventris apontou um aumento das áreas de fixação desses músculos no crânio e mandíbula, e da adução mandibular ao longo do desenvolvimento. Os músculos cresceram essencialmente com alometria positiva. Essa tendência indica que indivíduos adultos possuem músculos relativamente maiores e provavelmente uma mordida mais forte para o consumo de itens mais difíceis na idade adulta. No entanto, através de amostra dos didelfídeos, a massa e as propriedades arquiteturais de comprimento dos fascículos e PCSA, foram isométricos. As forças de mordida calculadas no canino e primeiro molar também não foram diferentes da isometria e não correlacionaram com a dieta, embora as principais diferenças na anatomia dos músculos adutores da mandíbula tenham sido identificadas entre os gêneros mais carnívoros e frugívoro da amostra. Portanto, a variação na força de mordida dos didelfídeos foi absoluta, e a diversificação da dieta pode ser suportada pela diferenciação do tamanho.