Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Vicente Ferreira Junior, Antonio |
Orientador(a): |
Cristina Medeiros de Araújo, Tereza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6033
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Resumo: |
O objetivo principal deste trabalho é a caracterização morfológica e petrológica dos arenitos de praia na zona costeira e plataforma continental interna na costa central de Pernambuco, visando reconstruir a evolução holocênica da região. De forma geral, foi possível observar que a plataforma interna dos municípios de Olinda, e particularmente de Paulista, apresenta gradientes suaves em direção costa afora, com aumento da profundidade em torno de 19 m. Na plataforma interna dos municípios de Recife e Jaboatão dos Guararapes, os valores de profundidade variam abruptamente e a morfologia é mais acidentada. A área da plataforma interna mostra várias estruturas e feições na superfície do fundo marinho, representada por três linhas de arenitos de praia, além de paleocanais, bancos arenosos, ripples marks e os tipos de sedimentos (areia, cascalho ou lama). Neste estudo, foram utilizadas técnicas que auxiliam na classificação e identificação de processos diagenéticos que afetaram os arenitos de praia, dentre as quais a microscopia eletrônica de varredura (MEV), a energia dispersiva de raios-X (EDX) e a concentração isotópica de C e O. Desta feita, foi permitido verificar que o arenito de praia apresenta valores de 60% a 85% do arcabouço composto por grãos detríticos de quartzo. O cimento carbonático encontrado nas amostras é constituído de calcita rica em Mg. Foi reconhecida a sequência diagenética composta por cutícula criptocristalina; franja prismática isópaca; agregados pseudopeloidais; agregados fibro-radiais; cimento micrítico; e mosaico equante. Além dessas fases cimentantes, identificou-se marga infiltrada. Os resultados da concentração isotópica de carbono e oxigênio dos cimentos dos arenitos de praia estudados apresentaram valores de -1,12 a 3,52 , para δ13CPDB e -0,89 a 0,49 para δ18OPDB, respectivamente. Os valores isotópicos, em sua maioria (93,75% do total), correlacionam-se ao cimento marinho. Apenas uma amostra de cimento dos arenitos de praia apresentou valor fora do campo de sedimentos recentes. Estes dados indicam que a precipitação do cimento ocorreu em um ambiente marinho raso, sob a influência de água doce a partir do ambiente meteórico vadoso, de onde se conclui que as praias foram cimentadas na zona de estirâncio. A paleotemperatura dos arenitos de praia submersos variou de 22,8°C a 24,2°C, enquanto que os arenitos de praia emersos, varia de 22,9°C a 28,2°C. Essa variação está relacionada ao aumento da profundidade e indica que a paleotemperatura da água se manteve relativamente constante durante o processo de cimentação do arenito de praia. Na área estudada, os arenitos de praia são indicadores do nível do mar e, a partir deles, foi feita a reconstrução do nível do mar no Holoceno. Foram reconhecidas duas fases distintas: a transgressiva e a regressiva. Na primeira, ocorre a subida do nível do mar a partir de 7946 anos A.P., até a elevação máxima, ocorrida há 6245 anos A.P., com um período de estabilidade do mar, compreendido entre 7035 anos A.P. e 5563 anos A.P. A segunda fase caracteriza-se pela sequência regressiva, a partir de 5000 anos A.P., ocasionando a descida do nível do mar. Nessa fase, houve a exposição e formação de feições erosionais atuais dos arenitos de praia da área estudada |