Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
SILVA JUNIOR, Amaury Cantilino da |
Orientador(a): |
SOUGEY, Everton Botelho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8299
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Resumo: |
Introdução: Apesar da depressão pós-parto ser bastante pesquisada, algumas lacunas importantes no conhecimento desse transtorno ainda existem. No Brasil, por exemplo, não existem estudos de prevalência que tenham utilizado entrevistas clínicas estruturadas para o seu diagnóstico. Além disso, também no nosso meio, não se conhece a prevalência dos transtornos de ansiedade no puerpério e a sua comorbidade com depressão. Outro aspecto relevante é que embora programas de tratamento de depressão pós-parto com psicoterapia cognitivocomportamental sejam realizados e pesquisados, estudos que comparem a freqüência de pensamentos disfuncionais entre puérperas deprimidas e puérperas sem depressão não têm sido encontrados na literatura. Tanto pesquisas que estudem comorbidade entre depressão pós-parto e transtornos de ansiedade quanto aquelas que possam avaliar quais pensamentos disfuncionais estão mais presentes nessas puérperas podem dar subsídios para a construção de programas de terapia cognitiva baseados em evidências. Objetivos: O estudo teve três eixos centrais: 1) Estimar a prevalência de depressão pós-parto em Recife-PE utilizando a Structured Clinical Interview for DSM-IV Axis I Disorders (SCID-I); 2) Avaliar quais pensamentos disfuncionais de acordo com o Postnatal Negative Thoughts Questionnaire (PNTQ) estavam mais presentes em mulheres com depressão pós-parto quando comparadas às puérperas sem depressão; 3) Estimar a prevalência de transtornos de ansiedade no puerpério e avaliar a freqüência de comorbidade com depressão. Método: Uma amostra de conveniência de 400 puérperas foi selecionada em ambulatórios públicos e em um consultório privado de puericultura enquanto aguardavam consultas para seus bebês. Essas mulheres foram entrevistadas com o uso da SCID-I para depressão e com o Mini International Neuropsychiatric Interview para transtornos de ansiedade. Além disso, foram solicitadas a preencherem o PNTQ. Esse último questionário precisou ser traduzido de maneira sistemática e teve a sua confiabilidade testada. Resultados: A prevalência de depressão pós-parto foi de 7,2%. Cerca de 30% das puérperas apresentaram pelo menos um transtorno de ansiedade, tendo sido mais prevalentes o transtorno de ansiedade generalizada (16,5%), a fobia social (11,2%) e o transtorno obsessivo-compulsivo (9,0%). Dentre as 29 puérperas que apresentaram depressão, 26 (89,7%) tinham pelo menos um transtorno de ansiedade comórbido, sendo que 9 (31,0%) tinham transtorno do pânico, 8 (27,6%) tinham agorafobia, 13 (44,8%) tinham fobia social, 14 (48,3%) tinham transtorno obsessivo-compulsivo, 9 (31,0%) tinham transtorno do estresse pós-traumático, e 19 (65,5%) preenchiam critérios para transtorno de ansiedade generalizada. Quanto aos pensamentos disfuncionais pesquisados pelo PNTQ, com a exceção do item eu não quero ficar sozinha com o meu bebê , todos tiveram correlação robusta com a depressão. Além disso, houve uma tendência ao maior aparecimento de pensamentos disfuncionais entre as mulheres que apresentaram depressão em comorbidade com transtorno de ansiedade generalizada do que entre aquelas deprimidas sem esse transtorno. A tradução para o português do PNTQ teve boa aceitação entre as puérperas e testes de confiabilidade com resultados satisfatórios. Conclusões: A taxa de depressão pós-parto nesta amostra foi de 7,2%. O PNTQ contém pensamentos disfuncionais que estão mais presentes em mulheres com depressão pós-parto. Cerca de 30% das puérperas apresentaram pelo menos um transtorno ansioso. Dentre as deprimidas 89,7% apresentavam pelo menos um transtorno de ansiedade |