Avaliação do impacto da comorbidade com transtornos ansiosos no comportamento suicida em pacientes com transtornos de humor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Abreu, Lená Nabuco de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-20042016-160132/
Resumo: A presença de tentativas de suicídio vem sendo associada à comorbidade com transtornos de ansiedade, tanto em estudos retrospectivos como nos prospectivos em pacientes com transtorno depressivo maior e naqueles com transtorno bipolar, embora os estudos apresentem resultados conflitantes. O objetivo deste estudo foi avaliar, prospectivamente, o impacto da presença da comorbidade com os transtornos ansiosos na presença de tentativas de suicídio em pacientes com transtornos do humor, durante o seguimento de 2 anos. Foram avaliados 667 pacientes, divididos em dois grupos: um grupo com comorbidade com transtorno ansioso (N+229, 34,3% e outro sem a comorbidade (N=438, 65,7%) em um estudo prospectivo com duração de 2 anos. As avaliações foram realizadas à entrada do estudo, após 3 meses, 12 meses e 24 meses. As escalas utilizadas nas avaliações foram: Escala de Depressão de Hamilton-24 itens, Escala de Desesperança de Beck, Escala de Ideação Suicida de Beck, Escala de Impulsividade de Barrat, BrownGoodwin Aggression Inventory, Buss-Durkeee Hostility Inventory e a Columbia Suicide History Form para avaliação da presença de tentativas de suicídio. Sintomas ansiosos foram avaliados por meio dos subitens: agitação, ansiedade psíquica, ansiedade somática e hipocondria presentes na Escala de Depressão de Hamilton. A medida de desfecho foi a presença de tentativa de suicídio durante o seguimento. Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier foram utilizadas para avaliar a relação entre a presença de tentativas de suicídio no seguimento e a presença de comorbidade com transtorno ansioso à entrada do estudo. A regressão de Cox foi empregada para avaliar quais outros fatores de risco incluindo os sintomas ansiosos estariam associados à presença de tentativas de suicídio no seguimento. Os resultados mostraram que 63 pacientes (13,1%) tiveram tentativa durante o seguimento. Não houve diferença entre os pacientes com e sem comorbidade com transtorno ansioso (log-rank 0,269 p=0.604. Na regressão de Cox, sexo feminino (HR 4.088 p <= 0.001), tentativas de suicídio prévias (HR 3,17, p=0,002), e escores de hostilidade (HR 1,06 p <= 0,001) foram preditores de tentativas de suicídio durante o seguimento. A presença de sintomas hipocondríacos foi um fator protetor para tentativas durante o seguimento (HR 0,60, p=0,011). Contrariamente a alguns estudos retrospectivos, neste estudo a comorbidade com transtornos ansiosos não foi um fator de risco para tentativas de suicídio no seguimento em pacientes com transtornos de humor