Espectro de tamanho e biovolume do zooplâncton e diversidade e conectividade de decápodes em ambientes insulares do oceano Atlântico tropical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: LIRA, Simone Maria de Albuquerque
Orientador(a): SCHWAMBORN, Ralf
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29659
Resumo: O presente estudo teve o objetivo de avaliar a diversidade e contribuição dos organismos planctônicos para os espectros de tamanho e biovolume com ênfase em Decapoda, assim como inferir a conectividade genética do caranguejo Johngarthia lagostoma entre ilhas do Oceano Atlântico Tropical. Os zooplanctôn foi estudado nos arquipélagos de Fernando de Noronha (FN) e de São Pedro e São Paulo (ASPSP) e no Atol das Rocas (AR). Para o estudo da conectividade genética foram utilizadas 84 amostras de J. lagostoma provenientes de FN, AR, Ilha de Ascensão (AS) e Ilha de Trindade (TR). Para o plâncton, 121 amostras foram coletadas entre julho e agosto de 2010 utilizando redes do tipo nêuston e bongo e entre julho de 2013 e junho de 2014 utilizando rede cônica cilíndrica. Este estudo descreveu 71 decápodes planctônicos com o registro de 15 novas ocorrências. Descrições detalhadas foram realizadas para três dessas novas ocorrências: Cerataspis monstrosa (Gray, 1828), Amphionides reynaudii (H. Milne Edwards, 1832) e Naushonia sp., sendo a ultima uma nova larva descrita. Os decápodes planctônicos coletados com a rede bongo foram analisados através do escaneamento com o ZooScan, e para este grupo, a abundância apresentou uma média de 10,9 ind. 100 m⁻³ e biovolume de 36,2 mm³.m⁻³. Para os Decapoda, 0,33 ind.m⁻³ e 6,6 mm³.m⁻³, respectivamente. O grupo mais abundante entre os Decapoda foi Peneaiodea, representado por Luciferidae, Sergestidae, Penaeidae, Sicyoniidae, Benthesicymidae e Solenoceridae. Em FN também foi observado o efeito ilha larval, onde houve um aumento da abundância e do biovolume para vários grupos a jusante da ilha. Nesse lado também foi observado um agrupamento de larvas com representantes betônicos. Na área a montante houve uma contribuição de organimos holoplanctônicos e fases avançadas de filossomas. Em relação à conectividade genética, foi sequenciado um fragmento de 651 pares de base utilizando uma região muito variável do DNA mitocondrial (D’loop). Foram registrados altos níveis de diversidade haplotípica (0,99). As topologias filogenéticas, as análises de Variância Molecular e diferenciação genética par-a-par através do índice de fixação detectaram um alto fluxo gênico entre as subpopulações de J. lagostoma para as ilhas de FN, AR e AS e um isolamento geográfico para TR (ΦST e FST > 0,30) mostrando que J. lagostoma não é uma população panmítica. Dessa forma, pode-se inferir que alguns táxons de decápodes podem apresentar padrões de conectividade genética semelhantes ao encontrado para J. lagostoma. Algumas espécies registradas apenas em FN provavelmente podem ser encontradas no AR, que é a ilha mais próxima, e para onde houve um maior fluxo gênico. Os dados gerados nessa tese também podem auxiliar no planejamento de estratégias de conservação da espécie J. lagostoma, indicando que a ilha de Trindade seja tratada como uma unidade de manejo diferenciada para a espécie, e também apontam um melhor estado de conservação para J. lagostoma para FN e AR. Dessa forma, foi possível observar que as diversas técnicas utilizadas para estudar as comunidades de decápodes em ilhas oceânicas podem ser empregadas em conjunto para uma descrição do grupo dentro desses ecossistemas marinhos.