Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
LIRA, Livia de Almeida |
Orientador(a): |
SOUZA, Sandra Lopes de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18336
|
Resumo: |
O controle do comportamento alimentar é um fenômeno complexo dependente da interação entre os sinais originados na periferia do corpo e em várias regiões do sistema nervoso central, incluindo o núcleo do trato solitário (NTS). Esse núcleo regula muitos aspectos do comportamento alimentar e expressa receptores para vários peptídeos e hormônios indutores de saciedade, incluindo a serotonina. Prejuízos na via de sinalização e no conteúdo encefálico deste neurotransmissor estão associadas à hiperfagia e obesidade. Algumas regiões encefálicas responsáveis pela regulação do comportamento alimentar são alvos de ajustes permanentes promovidos por eventos que ocorrem durante os estágios iniciais do desenvolvimento. Nessa fase, a influência de estímulos ambientais, particularmente os nutricionais, podem modular os eventos ontogenéticos e promover sérias consequências na vida adulta. Nesse estudo, o objetivo foi investigar os efeitos da desnutrição proteica perinatal sobre aspectos morfofuncionais do NTS relacionados ao controle do comportamento alimentar. Ratos da linhagem Wistar, mantidos em condições padrões de biotério foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos de acordo com a dieta ofertada para mães durante a gestação e lactação: grupo controle (C, caseína 17% / n = 10) ou grupo desnutrido (D, caseína 8% / n =10). Foram avaliados aos 35 e 180 dias de vida: a) peso corporal; b) ingestão alimentar; c) expressão da proteína FOS nas regiões rostral e medial do NTS em resposta ao estímulo alimentar; d) sequência comportamental de saciedade e os parâmetros microestruturais da alimentação e apenas aos 35 dias de vida: e) densidade de terminais e distribuição de receptores serotoninérgicos 5-HT1B nos subnúcleos ventrolateral, intermediário, medial e comissural do NTS. As áreas estudadas foram identificadas e quantificadas com auxílio do atlas estereotáxico de Paxinos e Watson (1998). Com base nessas avaliações, o presente trabalho demonstrou que a desnutrição perinatal promove: 1) redução do peso corporal (35 dias: C=129.06±0.20; D=68.10±0.35; 180 dias: C = 435.70±0.70; D = 370.30±0.70); (2) hiperfagia (35 dias: C = 6.8±0.6; D = 11.9±0.9; 180 dias C = 6.6±0.4; D = 10±0.8); (3) retardo na saciedade, (4) aumento no tamanho (C= 5,5 ±0,43; D= 7,8± 0,57) e duração (C=14,3± 1.8; D= 20,4±1,7) das refeições; (5) aumento na ativação neuronal nas porções rostral (35 dias: C = 134.5±22.23; D= 366.8±58.02/ 180 dias = 240.6±38.10; D = 444.2±57.05) e medial do NTS (35 dias: C = 172.8±26.28; D= 435.2±72.69/180 dias: C= 224.4±33.10; D= 434.0±45.31); (6) aumento na densidade de terminais serotoninérgicos no NTS (C= 34,4 ± 1,5 n= 5; D= 48± 3,6) e no subnúcleo intermediário (C= 28,3 ± 2; D= 43± 1,5) e (7) maior quantidade de neurônios 5-HT1B-IR no NTS (C= 159,6± 18,2;D= 317,1± 18,6) e nos subnúcleos ventrolateral (C= 20,1± 2,7/N=5D= 34,4± 3,5), intermediário (C= 20,9± 2,8/N=5; D= 49,3± 3) e medial (C= 45,6 ± 6/N=5; D= 95,4± 6). Estes resultados indicam que o NTS é uma estrutura particularmente vulnerável às influências da manipulação nutricional nos estágios iniciais do desenvolvimento e pode ser alvo de processos adaptativos do controle comportamento alimentar observados nesses animais na vida adulta. |