Frevo elétrico: um estudo sobre a inserção da guitarra e outros instrumentos elétricos no frevo pernambucano (1960-1990)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SALES, Ítalo Guerra
Orientador(a): VISCONTI, Eduardo de Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Música
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32627
Resumo: Neste trabalho, realizamos um mapeamento das primeiras inserções da guitarra e outros instrumentos elétricos em orquestras e grupos de frevo da cidade do Recife, indo desde os anos 1960, com a presença inaugural do baixo elétrico em bandas e orquestras de clubes, até os anos 1990, com o uso corriqueiro destes instrumentos em formações típicas do gênero, como em outras combinações instrumentais. Procurou-se, primeiramente, investigar a dimensão simbólica da entrada destes instrumentos no frevo pernambucano por diversas vias. A princípio, através do resgate de ideias de tradição e modernidade que circulavam na capital pernambucana em meados do séc. XX, sendo estas responsáveis por transformações no contexto social, econômico e político do Recife enquanto espaço ativo de manifestações culturais locais. Em seguida, após tratar da primeira interação pública entre os instrumentos elétricos e o frevo pernambucano, ocorrida durante o advento do Trio Elétrico, na Bahia, buscou-se compreender de que forma o "frevo baiano" fora recebido por maestros, jornalistas e intérpretes pernambucanos, analisando discursos que ora reinvidicavam uma suposta "autenticidade" do frevo feito em Pernambuco, ora o julgavam "ultrapassado", revelando versões conflitantes de um ouvido social que se mostrava em processo de transformação. Posteriormente, sobre a influência do rock, observamos como eventos carnavalescos de clubes da cidade contratavam grupos de repertórios variados para animar suas festas, promovendo muitas vezes a execução de múltiplos repertórios por um mesmo time de músicos. Da mesma forma, demonstramos como a sonoridade das primeiras inserções do instrumental elétrico em gravações de orquestras de frevo pernambucanas estava associada ao gênero musical estrangeiro. Por fim, através do resgate de fotos e textos de jornais, revistas e livros, assim como da audição e transcrição de fonogramas e de entrevistas com os maestros e músicos do frevo, analisamos como a performance e gravação do frevo com guitarra elétrica e outros instrumentos elétricos teriam modificado o campo do gênero na cidade do Recife, principalmente a partir de práticas consolidadas por músicos, compositores e arranjadores ao longo dos anos 1980, servindo a novas concepções que passavam a se afirmar com maior força no âmbito da música pernambucana.