Efeitos do autofoco situacional e disposicional sobre o senso de agência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: MAGALHÃES, José Hugo Gonçalves
Orientador(a): NASCIMENTO, Alexsandro Medeiros do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32085
Resumo: O senso de agência, que é a experiência de controlar as próprias ações ao gerar efeitos com estas no mundo exterior, pode variar de acordo com a atribuição de causalidade ao self e/ou da percepção da associação entre intenção de ação e seu resultado. Estudos passados evidenciam que o processamento de estímulos auto-relacionados facilita a auto atribuição de causalidade ao self e aumenta o autocontrole motor durante a execução de uma ação voluntária, isto é, uma ação intencional e auto iniciada. Em um primeiro plano, isto permite supor que o autofoco, compreendido como o processo de focalização da atenção em informações autorelacionados, pode atuar no aumento do senso de agência. Não obstante, é desejável considerar adicionalmente que tendências autofocalizadoras adaptativas e desadaptativas podem vir a afetar diferencialmente a produção do senso de agência no decorrer da ação, visto que o autofoco também se constitui como um fator disposicional da personalidade. Sendo assim, a presente tese reporta dois estudos contendo achados iniciais relacionados aos possíveis efeitos do autofoco, em sua dimensão situacional e disposicional, sobre o senso de agência. No estudo 1, testou-se a hipótese geral de que o autofoco em sua faceta situacional é capaz de provocar o aumento do senso de agência durante a execução de uma ação voluntária, ao facilitar a auto atribuição causal e favorecer o autocontrole motor. No estudo 2, foi testada a hipótese de que diferenças individuais em traços adaptativos (autorreflexão) e desadaptativos (autoabsorção) do autofoco predizem flutuações no senso de agência experimentado durante uma ação motora voluntária, realizada sob condição de autofocalização. Em ambos os estudos, o senso de agência foi manipulado e mensurado a partir de uma ilusão temporal que se estabelece entre uma ação voluntária e seu efeito, conhecida como intentional binding, e o autofoco foi manipulado experimentalmente através do uso de um espelho. Tomadas em conjunto, as principais previsões dos estudos não foram confirmadas, com os resultados indicando que o autofoco por si mesmo não produz e não prediz consequências para o processamento motor voluntário ao ponto de atingir e modificar o senso de agência. Por outro lado, medidas alternativas indicaram que o autofoco produziu diferenças significativas na auto-percepção da performance durante a tarefa experimental, indicando que o autofoco situacional parece facilitar a performance motora durante a ação, a despeito de não afetar o senso de agência, sugerindo uma possível dissociação na função adaptativa do autofoco no âmbito do controle motor voluntário da ação. Os resultados dos estudos são discutidos principalmente em termos dos limites de atuação do autofoco como um mecanismo metacognitivo na autorregulação da agência. Propõe-se que estudos futuros investiguem um provável papel moderador do autofoco situacional e disposicional sobre outros fatores relacionados a alterações no senso de agência.