Evolução no escuro : seleção fenotípica de atributos florais associados à Quiropterofilia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MELO, Arthur Domingos de
Orientador(a): MACHADO, Isabel Cristina Sobreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40204
Resumo: A polinização por morcegos é o mais recente sistema de polinização a ter evoluído dentre as angiospermas. Embora estas flores componham uma síndrome de polinização cuja o nível de previsibilidade é um dos maiores, frente a singularidade de seus atributos, muitos deles ainda não foram explorados e a forma como cada um deles evoluiu e está sujeito aos processos de seleção permanece em grande parte desconhecida. Aqui apresentamos um conjunto de abordagens que demonstram como esses atributos florais são integrados entre si, bem como atribuímos-lhes um valor evolutivo ao entender o efeito de sua variação fenotípica. Apresentamos como o principal atrativo primário destas flores, o néctar, pode desempenhar diferentes funções além de recurso, tais como sinalização olfativa, ajuste ao corpo do polinizador e pode sofrer fortes restrições relacionadas à morfologia floral. Propomos e demonstramos como a reflexão ultravioleta desempenha um importante papel de sinalização na polinização por morcego. Assim, abrimos novas perspectivas de interpretação na sinalização floral neste sistema de polinização. Demonstramos como as morfologias irregulares de flores quiropterófilas podem ser compreendidas como fractais, estando essa característica sob processos de seleção fenotípica que favorecem indivíduos com flores com morfologias mais compactas. Nós interpretamos estes resultados à luz da acústica geométrica e bioacústica dos morcegos, o que nos leva a propor um papel de sinalização floral através de disufão sonora. Exemplificamos como diferentes pressões, além dos próprios corpos dos polinizadores, podem estar associadas à processos de seleção fenotípica, tais como manutenção da hercogamia e interferência polínica. Nossos resultados demonstram que morcegos polinizadores podem exercer fortes pressões sobre a seleção de atributos florais. Além disso, alguns atributos ainda não explorados podem resignifcar a compreensão de alguns detalhes da interação entre flores e morcegos.