Rio de Janeiro patrimônio mundial: a “invisível” paisagem entre a montanha e o mar
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18372 |
Resumo: | A paisagem cultural do Rio de Janeiro foi inscrita em 2012 na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO sob o título Rio de Janeiro, Paisagens Cariocas entre a Montanha e o Mar. Tratase de um trecho que acompanha a orla da cidade junto à baía de Guanabara, e que inclui também os maciços do Parque Nacional da Tijuca e sua grande floresta urbana. Apesar da justificativa do valor patrimonial, o trecho da área urbana localizada entre a montanha e o mar não faz parte da delimitação da paisagem cultural. Essa ocorrência levantou questionamentos quanto ao trato da paisagem como patrimônio, principalmente das paisagens urbanas. Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi verificar em que medida os critérios da UNESCO para inscrição de paisagens culturais contemplam as características urbanas da cidade do Rio de Janeiro. A partir de um estudo teórico-conceitual sobre a paisagem e de sua relação com o patrimônio foi definida a abordagem da paisagem, segundo Berque, como uma entidade relacional entre o homem e o meio. Então parte-se para caracterizar a cidade do Rio de Janeiro por sua riqueza geográfica ao longo da história analisando a relação intrínseca cidade e natureza no processo de urbanização que revelou sua paisagem ao mundo para designá-la de valor excepcional universal. Práticas locais, como a Convenção Europeia da Paisagem, mostraram que a UNESCO não tem contemplado as demandas contemporâneas das paisagens, pois os critérios utilizados pela organização privilegiam a relação literal entre homem e meio, como as atividades agrícolas ou espirituais, e pouco atendem aos contextos mais complexos como os urbanos. A inclusão da paisagem carioca na Lista do Patrimônio Mundial se configura como uma exceção, assim como a paisagem cultural da cidade turca Diyarbakir. Em ambas o caráter das paisagens culturais está vinculado aos atributos naturais, sendo valorizadas por suas visadas, distanciando-se dos atributos urbanos considerados de difícil gestão. Essas duas questões, a dificuldade de gestão e o trato da paisagem como “imagem”, negligenciam suas características culturais intangíveis, e são responsáveis pela invisibilização das paisagens urbanas como patrimônio cultural. |