Avaliação da toxicidade oral aguda, de doses repetidas e do potencial antidiabético, anti-hiperglicemiante e antioxidante do extrato etanólico das folhas de Bauhinia cheilantha Bong

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: BRITO, Alanne Lucena de
Orientador(a): LIRA, Eduardo Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54958
Resumo: Bauhinia cheilantha (Lauraceae), é amplamente recomendada para o tratamento de diversas doenças na medicina popular, tais como inflamações, diabetes, gripe, tosse e problemas gastrintestinais. O objetivo desse trabalho foi elaborar uma revisão sistemática da literatura sobre o uso medicinal das espécies do gênero Bauhinia no tratamento do DM, assim como caracterizar quimicamente o extrato hidroalcóolico das folhas de Bauhinia cheilantha (HaEBcl), avaliar a toxidade oral aguda e de doses repetidas por 28 dias, atividade antidiabética, antihiperlipemiante e antioxidante do HaEBcl em ratos. A estratégia de inclusão foi estabelecida com SYRCLE protocol guideline e avaliados com base ao risco de viés. A revisão sistemática da literatura mostrou o efeito antihiperglicemiante e antidiabético em espécies do gênero Bauhinia em roedores. Experimentalmente, os fitoquímicos majoritários do HaEBcl foram determinados por cromatografia líquida de alta resolução (HPLC). A atividade antioxidante in vitro foi avaliada pelo sequestro de radicais livres de 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH). A toxidade oral aguda foi avaliada em camundongos fêmeas (n=3 por grupo) tratados com dose única de 300 ou 2.000 mg / kg. A toxicidade oral de doses repetidas por 28 dias foi avaliada em camundongos fêmeas (n=5 por grupo) e machos (n=5 por grupo) tratados com as doses de 300, 1.000 ou 2.000 mg / kg por 28 dias consecutivos. Foram avaliados os níveis séricos dos marcadores de função hepática (transaminases hepáticas) e renais (ureia e creatinina), assim como o perfil hematológico e a histologia hepática e renal. Ratos Wistar machos (200±10g) foram tratados com uma dose única de estreptozotocina (STZ, 40mg/kg. i.v.). Após a confirmação do DM, os animais foram tratados por via oral durante 28 dias com o HaEBcl (150 e 300mg/kg). Foram avaliados parâmetros metabólicos como ganho de massa corporal, ingestão hídrica e alimentar, volume urinário, assim como glicemia pós-prandial, massa do fígado, músculo esquelético e tecido adiposo branco, perfil lipêmico plasmático, transaminases hepáticas, ureia, creatinina e atividade enzimática da superóxido dismutase e catalase hepática e níveis do malondialdeído (MDA), nitrito, glutationa reduzia e oxidada no fígado. Os fitoquímicos majoritários encontrados no HaEBcl foram principalmente flavonoides (quercetina e afzelina), glicosídeo de kaempferol e glicosídeo de quercetina, assim como o HaEBcl apresentou atividade antioxidante in vitro. O HaEBcl não exibiu toxidade oral aguda, assim como de doses repetidas de 28 dias nas doses avaliadas. O tratamento com HaEBcl melhorou o ganho ponderal e reduziu a polifagia (20%) na maior dose, sem alterações na polidpsia e poliúria. O HaEBcl reduziu a hiperglicemia em 20 e 40% na menor dose e 30% e 70% na maior dose no 21o e 28o dias de tratamento, respectivamente, assim como os níveis de frutosamina (40%) na maior dose. Além disso, os animais tratados com o HaEBcl melhoraram os níveis lipêmicos e de glicogênio hepático, a hepatoxidade e o estresse oxidativo induzido pelo DM na maior dose. Deste modo, o HaEBcl não é tóxico oralmente, assim como tem ações antidiabética e antihiperglicemiantes claras, além de efeitos hepatoprotetores e antioxidantes in vivo.