Infecção hospitalar em unidade de terapia intensiva pediátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Júlia Gonçalves de Mello, Maria
Orientador(a): Ramos Lacerda de Melo, Heloísa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7358
Resumo: Esta tese, apresentada sob a forma de três artigos, teve como objetivo identificar fatores de risco para infecção relacionada à assistência à saúde (IrAS) ou infecção hospitalar (IH) em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) e estimar o efeito dos fatores no tempo até a aquisição da primeira infecção da corrente sanguínea confirmada laboratorialmente (BSI-LCBI). O primeiro artigo é uma revisão sistemática de estudos observacionais sobre fatores de risco para IH em UTI Pediátrica, publicados no período de 1987 a 2006 e referenciados no MEDLINE, LILACS, Cochrane, BDENF, portal CAPES e em listas dos autores; o segundo é um estudo prospectivo da coorte de 870 crianças hospitalizadas em UTIP clínico cirúrgica, em hospital terciário universitário que atende pacientes do sistema público de saúde (SUS) - fatores intrínsecos e extrínsecos foram investigados e mensurados até ocorrência da primeira IH; o terceiro artigo é um estudo sobre os fatores que influenciaram no tempo até a primeira BSI-LCBI. A revisão sistemática identificou 12 estudos com desfechos diferentes e os seguintes fatores de risco para a primeira infecção hospitalar: ser paciente em pós-operatório, não ser egresso da emergência, ter maior gravidade na admissão segundo PRISM (Pediatric Risk of Mortality), maior razão de procedimentos invasivos, usar antimicrobianos, usar nutrição parenteral, permanecer mais dias ou mais de 7 dias na UTIP; para BSI-LCBI: idade, síndrome genética, número elevado de transfusões de concentrado de hemácias e tempo longo de utilização de cateter arterial; para BSI-LCBI em pacientes em uso de cateter venoso central: tempo de utilização de cateter, suporte de vida com circulação extracorpórea, nutrição parenteral através do cateter, troca do cateter com fio guia e múltiplas linhas centrais; para pneumonia: idade ≤ dois meses, imunodeficiência, bloqueio neuromuscular e drogas imunossupressoras; para pneumonia associada ao respirador: síndrome genética, transporte para fora da UTIP, reintubação, broncoscopia e nutrição enteral contínua; para traqueíte: idade ≤ 28 meses, insuficiência respiratória e trauma craniano. Não foi possível realizar uma medida sumarizada devido à ausência de padronização não apenas em relação às diferentes exposições, mas também na forma de categorizá-las para a análise. No segundo artigo, um estudo de coorte realizado durante 18 meses, os fatores de risco identificados na análise de regressão logística multivariada para a primeira IH em UTIP, controlados pelo tempo de permanência, foram: idade inferior a dois anos, uso de hemoderivados, corticóides e bloqueadores H2 da acidez gástrica sendo cada um deles responsável por uma fração de risco de IH em torno de 30% entre os expostos. Cada dia de uso de ventilação mecânica esteve associado com um aumento de 16% do risco de adquirir IH. No terceiro artigo utilizou-se a análise de sobrevida para estudar os fatores que influenciaram no tempo até a primeira BSI-LCBI e no modelo multivariado de Cox permaneceram como fatores de risco a idade inferior a dois anos, a utilização de cateter venoso central, não ser o primeiro internamento e dias de ventilação. Identificar fatores de risco independentes para o desenvolvimento de IH em UTIP contribui para a maior segurança das crianças durante o tempo que necessitam de cuidados intensivos. O controle desses eventos adversos da assistência às crianças é mais factível quando as medidas para alcançá-lo são fundamentadas em recomendações feitas a partir de evidências produzidas em UTI pediátricas