Maria [Beatriz] Barbosa de Souza : na gira da vida de Mãe Beata

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Holmes, Karina Ceci de Sousa lattes
Orientador(a): Oliveira, Bernardina Maria Juvenal Freire de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Departamento: Ciência da Informação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/31618
Resumo: Compreendendo os acervos pessoais enquanto esfera de narrativas infomemoriais que expressam o percurso de vida de um indivíduo, envolvendo os seus feitos e suas relações, traçamos como objetivo geral desta pesquisa: construir a trajetória infomemorial de Maria Beatriz, Mãe Beata, no contexto cultural, social e religioso da cidade de João Pessoa (PB), a partir de seu acervo pessoal, sob a perspectiva da escrita de si aliada às práticas da escrevivência. E, como objetivos específicos: a) refletir a trajetória de Mãe Beata, considerando os aspectos religioso, cultural e social, na perspectiva de seu acervo pessoal; b) caracterizar a documentação do acervo pessoal de Mãe Beata, compreendendo-a enquanto fonte de informação e memória; c) mapear as relações religiosas, culturais e sociais de Mãe Beata, a partir de depoimentos orais dos seus familiares e de seus filhos de santo; d) destacar seu efetivo papel no desenvolvimento do Candomblé na Paraíba; e e) cotejar informações orais e documentais na construção infomemorial religiosa Mãe Beata. O estudo se situa nas categorias norteadoras de memória e informação, escrita de si (Foucault, 2009; Gomes, 2004) e escrevivência (Evaristo, 2017; 2020) enquanto aporte teóricometodológico. A Escrevivência sustentou uma espécie de autorização para imbricamento de experiências de pessoas que tiveram suas lutas individuais e coletivas parecidas, além do contato com Mãe Beata, que fizeram de suas trajetórias uma armadura contra o preconceito, a intolerância e a não aceitação. A pesquisa se caracteriza como documental, de abordagem qualitativa, associado à entrevista narrativa de pessoas vinculadas ora ao seu convívio pessoal, ora ao seu convívio religioso, bem como de informações extraídas de jornais que circularam na Paraíba. Alcançamos um total de 825 registros entre jornais, documentos, fotografias, quatro livros, cinco entrevistas narrativas e um relato. Portanto, os resultados dão conta de que os registros e as trajetórias de pessoas invisibilizadas pelo tempo ou por quem não conhece suas histórias sirvam de provas/testemunhos, fornecendo informações necessárias para a compreensão de todo um percurso histórico-cultural. Destaca-se, a trajetória de uma mulher negra e sertaneja, especialmente no contexto de sua contribuição para a Umbanda, Jurema e o Candomblé Angola em João Pessoa/PB, cuja memória se constitui em fonte de riqueza para a preservação cultural religiosa (Silva, 2015). Registrar a trajetória de Mãe Beata é poder apresentar algumas de suas lutas e conquistas como a realização do casamento na Umbanda com efeito civil na década de 1970. Foi ela quem firmou o Candomblé Angola em João Pessoa e adentrou vestida com seu axó no campo acadêmico em tempos, demarcadamente, de lutas e tiranias. Suas ações revelam uma defensora dos princípios em que acreditava e possibilitaram ecoar os sons dos elús e dos atabaques.