Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Carreiro, Gabriela da Nóbrega
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Orientador(a): |
Palhano, Tânia Rodrigues
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Paraíba
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30222
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Resumo: |
Esta tese tem como implicações iniciais a compreensão de que a história da filosofia é ainda um campo de conhecimento arraigado em premissas de silenciamentos e exclusões. Os espaços de formação inicial e pós-graduação desta área ainda são constituídos por uma discrepante diferença da presença de homens e mulheres e de toda a diversidade que compõem os gêneros. Essas exclusões/ausências estão implicadas diretamente na concepção de história da filosofia evocada no singular, no masculino e situada desde pressupostos eurocêntricos e ocidentais. O Ensino de Filosofia na Educação Básica, e aqui especificamente no Ensino Médio, encontra-se cruzado por concepções que advém desses espaços de formação inicial, mas também da pluralidade de experiências e sujeitas/os que compõem os processos de ensino-aprendizagem da Filosofia acampada no batente da escola. Dessa maneira, essa pesquisa está fundamentada teórico-metodologicamente na perspectiva decolonial e feminista, alicerçada na crítica aos moldes modernos/coloniais de exclusões e silenciamentos das mulheres e suas produções de conhecimentos, como também na Pedagogia Decolonial enquanto teoria educacional que desmobiliza o projeto hegemônico de escola, ao tempo em que legitima saberes e culturas, banindo colonialidades de saber-ser dos espaços formativos. Assim, o objetivo principal foi investigar práticas pedagógicas orientadas por uma teoria decolonial e feminista que potencialize o ensino-aprendizagem de filosofia no Ensino Médio a partir da produção filosófica de Filósofas. Nesse sentido, visando a abordagem metodológica descolonizadora, utilizei dos princípios colaborativos da Pesquisa-Ação Pedagógica (PAPe) como via horizontalizadora no desenvolvimento de pesquisa no campo educacional escolar. Assim as ações/encontros foram desenvolvidas no âmbito escolar, nas aulas de filosofia, juntamente com a docente e uma turma do terceiro ano do Ensino Médio. Os instrumentos de pesquisa foram entrevistas abertas ou em profundidade com a docente, formulário on-line e registros nos Diários Filosóficos. As informações do formulário sinalizaram abertura e interesse na pesquisa, e os Diários Filosóficos foram analisados na perspectiva da Análise Textual Discursiva (ATD), como possibilidade e pressupostos de reflexões e argumentos que permitem uma elaboração coletiva acerca dos elementos discursivos que se apresentam com considerada recorrência nos registros das/os estudantes. Como resultado, observei a receptividade curiosa e interesse em descobrir novas narrativas e personagens da história da filosofia, com destaque para Filósofas do Sul Global, engajadas contra o colonialismo, como Lélia Gonzalez e Sophie Olúwọlé, bem como para Filósofas que são referências importantes para o início do movimento feminista europeu, como Christine de Pizan e Mary Wollstonecraft. Essas Filósofas acamparam presenças nos Diários Filosóficos das/os estudantes, nas ações e nas inspirações de artes elaboradas por elas/eles. Assim, com o desenvolvimento metodológico proposto, compreendo que a pesquisa aqui apresentada com seus resultados, reitera o argumento de tese, afirmando que a mediação da prática pedagógica decolonial possibilita condições curriculares para a presença de Filósofas no âmbito escolar, nas turmas de nível médio, possibilitando às/aos estudantes novas narrativas e saberes filosóficos não restritos à universalidade colonizadora, geopoliticamente hegemônica, eurocentrada e androcentrada. |