Soroprevalência da rubéola nas puérperas de uma maternidade pública, Belém-PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: ROCHA, Margareth Vargas lattes
Orientador(a): BICHARA, Cléa Nazaré Carneiro lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais
Departamento: Núcleo de Medicina Tropical
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9248
Resumo: A rubéola era considerada uma doença de pouca relevância até a quarta década do século XX, por apresentar uma sintomatologia benigna; entretanto, em 1941, na Austrália, o oftalmologista Normam McAlister Gregg fez associação entre infecção por rubéola no início da gestação e a ocorrência de defeitos congênitos, passando assim a constituir um problema de saúde pública, hoje imunoprevenível, O intuito deste estudo é obter a prevalência da rubéola em puérperas de uma maternidade pública, Belém-PA, descrevendo e correlacionando o perfil sócio demográfico (idade, procedência, grau de escolaridade, estado civil, raça e renda) e condições de prénatal com a soropositividade encontrada. Esta pesquisa prospectiva envolveu 228 mulheres, eleitas aleatoriamente nas enfermarias de obstetrícia na Maternidade da Santa Casa de Misericórdia do Pará, entre janeiro a março de 2011, com aplicação de ficha protocolar para entrevista e realização de sorologia para rubéola de sangue obtido no pré-parto ou imediatamente após este, usando o método de ELISA para detecção de anticorpos Anti-IgG. Neste estudo prevaleceu a faixa etária de 14 a 26 anos (66,2%), que vivem em união estável(58,8%), as pardas (58,3%), com escolaridade até o ensino fundamental (40,8%); oriundas tanto da capital (45,6%) como do interior do Estado (47,4%); que atuam somente no lar (59,7%) e aquelas que vivem com 1 a 3 salários mínimos (52,2%); nas condições de pré-natal observou-se que 95,2% relataram ter aderido ao pré-natal, com inicio no primeiro trimestre (32,9%), são vacinadas para rubéola (59,2%) e receberam orientações sobre doenças infecciosas na gravidez (53,5%). A prevalência mediante detecção da IgG Anti-Vírus da Rubéola foi de 80,2% (183/228). Correlacionando-se a soropositividade com os fatores de exposição relativos a algumas das condições sócio demográficas e do pré-natal não foram encontradas associações, entretanto, na análise da razão de prevalência relativa a faixa etária e renda, observou-se que esta foi significativa (P<0,0001) de 1,3 vezes menor de soropositividade entre as puérperas com 19 anos ou menos; com razão de prevalência menor (P=0,0084), cerca de 1,2 vezes, entre aquelas com renda salarial ≤ a um salário mínimo. Considerando as diferenças existentes nos dados de prevalência de anticorpos contra a rubéola e a limitada informação de que se dispõe sobre o estado imunitário da população brasileira do norte do Brasil, pôde-se com esta pesquisa avaliar o estado imunitário frente a rubéola, de mulheres no momento do parto, obtendo-se uma prevalência que ainda está aquém da necessária para eliminar o risco de rubéola congênita. Importante observações ficam voltadas para mulheres com menos de 20 anos, com baixa escolaridade e renda, visto ser os estratos com maior soronegatividade. Estes dados podem contribuir para a reorientação das políticas públicas que buscam o controle deste agravo pelas estratégias de vacinação, além de outras, como melhorar a atenção dispensada às ações de educação no pré-natal.