Queria saber ler e escrever para mudar as faces das coisas”: uma leitura de situações educacionais na obra Chove nos Campos de Cachoeira, de Dalcídio Jurandir

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: CARDOSO, Roseli Moraes lattes
Orientador(a): COSTA, Gilcilene Dias da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Instituto de Ciências da Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8545
Resumo: A escritura deste trabalho dissertativo situa-se nos interstícios entre Literatura e Educação, por meio de um estudo bibliográfico, de caráter descritivo-interpretativo, referente a situações educacionais vivenciadas pelo personagem Alfredo no romance Chove nos campos de Cachoeira (1941), de Dalcídio Jurandir. O trabalho vislumbra uma possibilidade de espreitar os modos vivenciais de uma educação amazônida presente nos rastros da literatura dalcidiana e no contexto de sua época, ouvindo os ecos dessa literatura nos itinerários da educação de Alfredo nos domínios de sua cultura, como convite para pensar a realidade educacional dos dias atuais. O texto dialoga com NIETZSCHE (2003), DELEUZE (1997), LARROSA (2001), ROSA DIAS (2010), GILCILENE COSTA (2012), FERNANDO FARIAS (2009), na perspectiva de uma educação como invenção. Em Chove nos campos de Cachoeira, a educação é um dos rios navegados pelo personagem Alfredo em sua aposta por mudança de vida e formação, uma mudança que não parte de um plano individual, pois o menino de Dalcídio perfaz o sofrido itinerário do seu povo. O pequeno marajoara alimenta o sonho do colégio Anglo-Brasileiro do Rio de Janeiro como desejo de outra educação e fuga das condições inerciais de sua realidade escolar. O ambiente da escola de Proença enseja os limites de uma dura e obsoleta realidade educacional amazônida, ainda existente nos dias atuais, marcada pelo descaso, silenciamento, abandono por parte do poder público, ausência de projetos educacionais que incentivem a permanência do aluno na escola. Condições que não apetecem o desejo de educação de Alfredo, que sonha partir de Cachoeira, da “pobre” e “diminuta” educação em seu lugarejo. Ressalta-se, no estudo, a grandiosidade literária de Dalcídio, com destaque para o valor estético da sua obra, e a grandiosidade política de sua postura quando denuncia, de forma sensível e poética, os inúmeros problemas que ainda hoje afligem o cenário de nossa Educação, como que conduzindo o leitor às veredas de suas paisagens culturais e mazelas sociais através de um olhar lírico.