Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
FERREIRA, Denys José Xavier
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Orientador(a): |
RUIVO, Maria de Lourdes Pinheiro
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9345
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Resumo: |
O Mioceno Inferior (~23¿16 Ma.) do nordeste da Amazônia Oriental tem despertado interesse da comunidade científica durante décadas, pois pertence a uma Época geológica caracterizada por um período de transição para o mundo moderno, marcado por diversas mudanças climáticas e geológicas que permitiram o estabelecimento de uma rica fauna e flora. Nesse contexto, encontra-se a Formação Pirabas que é uma unidade do Mioceno Inferior caracterizada por grandes deposições de sedimentos carbonáticos e siliciclásticos, e considerada uma das mais significativas unidades paleontológicas do Cenozóico brasileiro. Muitos trabalhos foram realizados na Formação Pirabas nos últimos anos o que permitiu uma maior acurácia nas interpretações e reconstrução do que seria a paisagem miocênica dessa unidade. Embora tenham ocorrido esforços com relação à recuperação de informações paleoambientais para o nordeste da Amazônia Oriental, através da integração entre registros fósseis e dados sedimentológicos, estratigráficos e faciológicos, ainda há uma carência ao que se refere à recuperação de informações paleoambientais mais integradas e refinadas entre a paleocomunidade e o estudo geoquímico. Tal falta de informação, torna a Formação Pirabas uma importante elucidativa para os cenários pretéritos e a evolução dos ambientes da região, sendo de grande relevância para a compreensão dos impactos de eventos miocênicos globais no território brasileiro, em especial na costa norte do Atlântico. O objetivo principal desse trabalho, de caráter multidisciplinar, consiste em refinar as inferências paleoambientais da Formação Pirabas no que se refere à disposição espacial dos paleoambientes e à dinâmica do nível do mar no nordeste do estado do Pará. Para o estudo, três locais foram escolhidos em função da representatividade e logística: Ponta do Castelo (Ilha de Fortaleza), praia do Atalaia (Salinópolis) e Mina B-17 (Capanema). Os métodos utilizados na pesquisa foram análises de diversidade, dominância e similaridade da paleofauna, bem como Análise de Correspondência (AC), a partir de registros fósseis da Formação, para caracterização do paleoambiente; e a composição de isótopos estáveis de carbono (d13C) e oxigênio (d18O), em rocha total de carbonatos desta unidade, para a compreensão da dinâmica paleoambiental. Os resultados indicaram que: 1) a diversidade da paleofauna registrada para essas áreas da Formação Pirabas está estritamente ligada ao tipo de ambiente deposicional, em que Capanema e Salinópolis mostraram-se mais semelhantes por apresentar ambientes deposicionais mais restritos, como laguna e estuário, em relação à Ilha de Fortaleza que mostra melhor associação a depósito costeiro plataformal; 2) há relações de predominância entre os paleoambientes de acordo com a representatividade temporal de determinadas fácies dos respectivos ciclos deposicionais em cada área estudada à medida que se aproximava da linha de costa, durante a regressão marinha; 3) a localidade Ponta do Castelo está relacionada a um paleoambiente de predominância marinho/costeiro; praia do Atalaia à laguna com influência de estuário; e Mina B-17 à estuário e fluvial; 4) houve uma tendência ao empobrecimento dos isótopos de carbono (d13C) denotando a influência continental no litoral, durante a regressão marinha; 5) e uma inclinação ao enriquecimento dos isótopos de oxigênio (d18O), revelando influências dos efeitos de latitude e continentalização nas áreas, durante o recuo do mar. A partir dos resultados dessa pesquisa foi possível inferir a distribuição espacial dos paleoambientes de predominância (termo sugerindo neste trabalho) no nordeste da Amazônia Oriental, bem como refinar os métodos de inferência paleoambiental para a Formação Pirabas. |