Estudo dos gêneros dyris e tryonia (mollusca:gastropoda) da formação solimões: inferências paleoambientais e bioestratigráficas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: LEITE, Felipe S’thiago Freitas lattes
Orientador(a): RAMOS, Maria Inês Feijó lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10621
Resumo: A Formação Solimões compreende os estratos neógenos da Bacia do Solimões, os quais tem um amplo registro fossilífero. Os estudos realizados sobre a fauna fossilífera desta unidade fornecem importantes informações sobre a evolução dos paleoambientes e do sistema hidrográfico da Amazônia Ocidental durante o Neógeno. Os moluscos fósseis da Amazônia Ocidental vêm sendo estudados desde o século XIX e têm se mostrado uma importante ferramenta bioestratigráfica e para interpretações paleoambientais. Porém, grande parte desses estudos foram realizados com amostras provenientes de afloramentos, restringindo o intervalo de tempo estudado à uma porção limitada da unidade como um todo. A partir da década de 70, a exploração de carvão e gás natural na Amazônia Ocidental permitiu estudos em intervalos estratigráficos mais abrangentes através de testemunhos de sondagem. No presente estudo foi feita a análise de 93 amostras do testemunho 1AS-31-AM, com 302,05 metros de profundidade, localizado às margens do Rio Ituí, no Estado do Amazonas. Sete das amostras estudadas apresentaram gastrópodes em grande quantidade e diversidade de gêneros, estando Dyris e Tryonia entre os mais abundantes, sendo estes, foco do presente estudo. Eventos evolutivos como radiações e extinções foram observados nestes gêneros. Espécies do gênero Dyris nunca antes registradas na Amazônia brasileira, embora já registradas para a Amazônica Ocidental no Peru e Colômbia, tiveram sua distribuição paleobiogeográfica ampliada. A presença de espécies guias tais como Dyris megacarinatus, Dyris romeroi, Dyris renemai, Dyris ariei, Dyris microbispiralis e Tryonia scalarioides scalarioides permitiu datar o intervalo entre 170,80 m e 175,00 m, onde ocorre a maior concentração dos gastrópodes, em Mioceno Médio a Superior (Serravaliano ao Tortoniano) e correlacioná-lo com as biozonas de moluscos (MZ7 a MZ12), palinomorfos (Crassoretitriletes e Grimsdalea) e ostracodes (Cyprideis caraione, Cyprideis minipunctata, Cyprideis obliquosulcata e Cyprideis cyrtoma) estabelecidas em trabalhos anteriores. Com base na associação de gêneros de água doce e água salobra a salgada interpreta-se a área de estudo como um ambiente compatível com um sistema de lagos próximos a lagunas.