Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
REZENDE, Nélio das Graças de Andrade da Mata
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Orientador(a): |
COSTA, Marcondes Lima da
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15254
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Resumo: |
Desde que a ocorrências de zeolitas na Bacia do Parnaíba foram reveladas, em meados da década passada, diversos de trabalhos foram divulgados abordando os principais traços de condicionamento geológico, bem como a possibilidade de beneficiamento do minério. Essas investigações forneceram uma visão geral da composição mineralógica do jazimento e identificaram a presença das zeolitas estilbita e laumontita ocorrendo como cimento em arenitos fluviais e eólicos da Formação Corda, associadas com caucita e esmectitas. Forneceram, também, alguns dados sobre o quimismo da rocha total e de uma das espécies de zeolita (a estilbita). Não continham informações sobre a paragênese e as hipóteses levantadas sobre aspectos genéticos eram desencontradas. Especulava-se a possibilidade de uma influência hidrotermal e a provável existência de um zoneamento mineralógico bem definido, que poderia favorecer eventuais investidas exploratórias. Esta dissertação teve como principal objetivo estudar, de forma sistemática, duas seções representativas da Zona Zeolítica da Formação Corda, para definir a paragênese e o padrão espacial da distribuição mineralógica, bem como elucidar a questão do modelamento genético para a acumulação das zeolitas. Adicionalmente, procurou-se abrir perspectivas para possíveis campos de aplicação desse material. A metodologia de trabalho envolveu uma intensiva pesquisa bibliográfica sobre os condicionamentos geológicos de jazimentos de zeolitas em rochas sedimentares e sobre os parâmetros físico-químicos que regulam a estabilidade da estilbita e da laumontita. Esse embasamento teórico foi um subsídio importante na interpretação dos dados obtidos por meio de diversos recursos analíticos, conseguindo-se montar um quadro que fornece um panorama genérico do ambiente diagenético da Formação Corda, e sua evolução, com ênfase nas condições de pressão, temperatura e quimismo da zona zeólica, e na distribuição espacial das duas zeolitas, além das relações de paragênese. O estudo das composições isotópicas de carbono e de oxigênio foi uma ferramenta auxiliar importante nessa interpretação O enfoque sobre a Geologia Regional admite a necessidade de uma revisão no ordenamento estratigráfico do Mesozóico da bacia, com possibilidade de dissociar a Formação Corda em dois segmentos distintos, e enfatiza a importância do papel desempenhado pelas rochas vulcânica básicas nesse ordenamento, e do seu vínculo, espacial e genético, com as zeolitas. O contexto geológico local reflete um amplo sistema sedimentar predominantemente eólico e fluvial, desenvolvido sobre derrames basálticos. Mineralogicamente, pode-se destacar dois universos distintos: a) um detrítico, contendo grãos de composição diversificada em que predominam o quartzo e, subordinadamente, fragmentos de basalto, além de feldspatos, quartzito, chert e calcário, dentre outros; b) uma fase autigênica, com a paragênese envolvendo um coating ferruginoso, as esmectitas (predominantemente montmorillonitas), e zeolitas (estilbita e laumontita) e calcita. Não se pode definir a ordem de cristalização das zeolitas entre si, nem dessas com a calcita, pois há evidências que que esses minerais sejam cogenéticos e formados a partir de flutuações no equilíbrio químico do fluido intersticial, tanto nas fácies fluviaiis quanto nas eólicas. A textura do arenito, caracterizada por um empacotamento predominantemente flutuante e/ou pontual, a composição isotópica do oxigênio e do carbono no cimento calcítico e a ausência de albitização nos plagioclásios detríticos, além do grau de preservação das esmectitas e da ausência do cimento silicoso, forneceram subsídios para se caracterizar uma diagênese dominada por condições de temperatura e pressão compatíveis com as de superfície, com o processo de zeolitização envolvendo um regime hidrológico aberto, desenvolvido em ambiente árido e semi-árido. Os ensaios de adsorção para cobre mostram que fases enriquecidas em laumontita têm um desempenho relativamente elevado, compatível com algumas aluminas ativadas, o que recomenda a realização de investigações mais completas das propriedades industriais do minério zeólitico da Formação Corda. |