Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1998 |
Autor(a) principal: |
MELO, Odilon Teixeira de
 |
Orientador(a): |
LIMA, Waterloo Napoleão de
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
|
Departamento: |
Instituto de Geociências
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14905
|
Resumo: |
O rio Bacanga, constitui um sub-estuário da baía de São Marcos e está localizado na região metropolitana de São Luís. É uma região que tem uso múltiplo (pesca, captação de água potável, deposição de esgotos domésticos, recreação e lazer, etc.). O ciclo dos nutrientes essenciais tem sido estudado em vário sistemas estuarinos, as interações com a biota (produção primária), com os sedimentos em suspensão e de fundo, a influência do escoamento fluvial, o enriquecimento das águas costeiras, a fertilização por esgotos domésticos, constituem as principais linhas de pesquisas nesses ambientes. No estuário do Bacanga, o enriquecimento de nitrogênio e fósforo tem contribuído para o processo de eutrofização da zona estuarina. Por outro lado, a construção de uma barragem à jusante (Figura 2.1), diminuiu a entrada das águas costeiras durante o fluxo e refluxo da maré e, de outro, uma barragem à montante reduziu o fluxo de água doce para a zona de mistura. Este trabalho teve como objetivo principal caracterizar o comportamento biogeoquímico dos nutrientes essenciais (C, N, P e Si), através de uma distribuição espaço-temporal, interação com a produção primária e a biomassa do fitoplâncton (clorofila “a”) e as suas relações com alguns parâmetros físicos, físico-químicos e químicos. Foram realizadas 6 campanhas de campo durante o ano de 1997 sendo três no período chuvoso (fevereiro, abril e junho) e três no período seco (agosto, outubro e dezembro), com amostragem, em cada campanha, em doze estações de coleta num perfil horizontal e numa extensão de 12km entre a montante e a jusante. Também foi realizado um perfil vertical nas estações de coleta de número 2, 8 e 11 a fim de observar e existência de estratificação na zona estuarina. Em campo, mediu-se a temperatura, a condutividade e a tansparência e coletou-se amostras de água para os diversos parâmetros físico-químicos e químicos. Em laboratório, utilizou-se métodos titulométricos clássicos, espectrofometria do ultravioleta-visível e de absorção atômica. Os resultados mostraram (à jusante) os seguintes valores para as espécies químicas: amônio 4 a 100µM, nitrito 0,6 a 9,7µM, nitrato 1,3 a 7,3µM, uréia 2,9µM, fosfato 2 a 14,5µM e silicato 19 a 89µM; e, à montante amônio 0,3 a 3µM, nitrito 0,2 a 1,2µM, nitrito 0,8 a 2,8µM, uréia a 1 a 2µM, fosfato 0,15 a 1,96µM e silicato 82 a 196µM. Esses valores elevados, na parte jusante do sistema estuarino, mostram que a principal fonte desses nutrientes é o esgoto doméstico, pois, os pontos de lançamentos de esgotos estão concentrados nessa zona do estuário. Os valores encontrados na parte montante podem ser considerados como naturais (background) para a região. O oxigênio dissolvido variou de 2 a 5,5ml/L, considerando o perfil longitudinal, da jusante para montante, em função dos processos biogeoquímicos dos quais participa. Na parte jusante, os valores são baixos (1,,9 a 3ml/L) são devidos a fraca turbulência e baixa produção primária. Ao contrário, na parte jusante, a maior turbulência e a influência das águas costeiras mais rica em oxigênio, justifica aqueles valores mais elevados (acima de 4ml/L). O gás sulfídrico foi determinado somente nos meses de abril e outubro e variou de 1 a 3,4mg/L, também no perfil longitudinal. A produção primária apresentou valores máximos (26 a 138mgC/m3/h) em agosto e considerando três níveis de profundidade (1, 50 e 100%) da zona eufótica e, a clorofila “a” de 10 a 44mg/m3 no perfil longitudinal. Essa produção primária elevada nessa zona do sistema estuarino, pode ser explicada por diversos fatores, como baixa turbulência, a disponibilidade de nutrientes e de luz solar nesse mês. Os íons maiores (Na+, K+, Ca2+, Mg2+ e SO42-) apresentaram os seguintes valores: sódio de 12 a 9400mg/L, potássio de 2,6 a 340mg/L, cálcio de 10 a 360mg/L, magnésio de 15 a 1143mg/L e o sulfato de 5,8 a 2375mg/L, considerando a variação entre os meses de abril e outubro que correspondem aos períodos seco e chuvoso. A salinidade variou de 0 a 32%, a temperatura de 24,5 a 31,3°C, ambas no perfil longitudinal. Isso mostra que as águas das nascentes são frias e de salinidade zero. Os perfis verticais mostraram que existe uma estratificação térmica, halina e química (gases dissolvidos: oxigênio e sulfídrico) que pode levar as águas de fundo e uma deficiência ou ausência de oxigênio. Essa deficiência de oxigênio pode ser induzida por estratificação termo-halina e pela decomposição de matéria orgânica de origem natural (manguezal e do escoamento fluvial) e antropogênica (esgotos domésticos). O comportamento conservativo foi evidenciado para a salinidade, temperatura, condutividade e os íons maiores e não-conservativo para os nutrientes essenciais (N, P e Si). A fertilização as águas estuarinas do Bacanga dá-se, principalmente, pelos esgotos domésticos, permitindo ao ambiente apresentar altas taxas de produção primária. Mas, uma fertilização excessiva pode conduzir a uma anoxia da coluna d’água com possível mortandade de peixe e de outras conseqüências para o sistema estuarino. Portanto, em trabalhos futuros, é necessário monitorar o oxigênio e as concentrações desses nutrientes e os processos de nitrificação e desnitrificação. |