Exposição a rifampicina e adesão ao tratamento da tuberculose pulmonar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ELIAS, Gisely France Abrantes lattes
Orientador(a): VASCONCELOS, Flávio de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14277
Resumo: A Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, afetando geralmente os pulmões e levando ao óbito. O Ministério da Saúde recomenda para o tratamento dos casos novos de tuberculose pulmonar a associação de quimioterápicos administrados em duas fases: a intensiva, que dura dois meses, e são administrados Rifampicina (600 mg), Isoniazida (300 mg), Pirazinamida (1600 mg) e Etambutol (1100 mg) (2RHZE) e a de manutenção, por quatro meses, quando são administrados Rifampicina (600 mg) e Isoniazida (300 mg) (4RH). A dose plena de medicamentos é indicada para pacientes acima de 50 Kg. Um determinante do sucesso terapêutico é a exposição do bacilo por determinado intervalo de tempo a concentrações efetivas dos quimioterápicos, isto é, acima da concentração inibitória mínima (CIM), que no caso da rifampicina varia entre 0,05 ug/ml a 0,5 ug/ml, além disso, estudos mostraram que concentrações plasmáticas máximas do fármaco acima de 8,0 ug/ml estão associadas a elevada taxa de sucesso terapêutico. Entretanto, há uma alta variação intra e interindividual nas concentrações plasmáticas de rifampicina nas doses terapêuticas usuais, causada por fatores relacionados ao paciente e ao medicamento dispensado, as quais podem interferir na exposição, bem como as doses administradas e as medidas antropométricas dos pacientes. O objetivo do presente estudo foi investigar os fatores que influenciam a concentração plasmática quando da exposição à rifampicina no tratamento da tuberculose pulmonar em uma Unidade Básica de Saúde de Belém/Pa. Foi realizado um estudo transversal e observacional de 70 casos de sujeitos de ambos os sexos, com diagnóstico clínico, radiológico e laboratorial de tuberculose por M. tuberculosis, distribuídos nas fases intensiva e de manutenção do tratamento. Foram determinadas as concentrações plasmáticas de rifampicina, bem como aferidas as medidas antropométricas de peso, altura, percentual de gordura e circunferência abdominal de cada indivíduo e a aplicação do Teste de Morisky-Green para avaliar a adesão. Dessa forma, a casuística incluída no estudo foi composta principalmente de homens adultos com baixa escolaridade e renda. As concentrações plasmáticas de rifampicina foram acima da concentração inibitória mínima do M. tuberculosis indicando exposição adequada ao fármaco, o que pode ser aferido pela elevada proporção de pacientes que apresentaram conversão da baciloscopia ao final do primeiro mês de tratamento. O sexo não foi um preditor da variação das concentrações plasmáticas de rifampicina. A fase de tratamento foi considerada um preditor de variação das concentrações plasmáticas do fármaco. As concentrações de rifampicina não se associaram ao Índice de Massa Corporal, circunferência abdominal e percentual de gordura tanto em pacientes na fase intensiva, quanto naqueles na manutenção do tratamento. A adesão ao tratamento da tuberculose foi de 88.1% e 82.14% nos pacientes nas fases intensiva e de manutenção, respectivamente. As concentrações plasmáticas de rifampicina não se associaram ao Teste de Morisky-Green.