Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
BARROS, Luisa Dias
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Orientador(a): |
GORAYEB, Paulo Sérgio de Sousa
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10704
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Resumo: |
No norte do Cinturão Araguaia (CA) ao longo de seu domínio de baixo grau metamórfico, a região conhecida como Serra do Tapa, entre municípios de Sapucaia e Xinguara, SE do Pará expõe um dos maiores corpos ofiolíticos do CA interpretado como fragmento da litosfera oceânica do Neoproterozoico da Bacia Araguaia. A Suíte Ofiolítica Serra do Tapa (SOST), denominada neste trabalho, constitui um conjunto de corpos alongados com extensão de 48 km orientando-se preferencialmente na direção N-S. Representa uma sequência ofiolítica desmembrada que compreende peridotitos serpentinizados, basaltos maciços e almofadados, rochas vulcanossedimentares, formações ferríferas e cherts. Todo esse conjunto encontra-se embutido, por meio de zonas de cavalgamentos, nas rochas metassedimentares de baixo grau metamórfico da Formação Couto Magalhães. Os peridotitos serpentinizados apresentam cor verde escura ou clara, granulação grossa e representam a porção basal da sequência estratigráfica da suíte. Originalmente foram peridotitos, provavelmente do tipo harzburgito e dunitos. Os harzburgitos possuem textura protogranular, com a presença marcante de texturas pseudomórficas do tipo bastite e mesh, em que resultam de transformações do ortopiroxênio; e olivina para lizardita, respectivamente. Os dunitos possuem textura mesh predominante, com a presença de finos grãos de cromita dispersos na matriz de serpentina (lizardita). A unidade vulcânica da suíte é representada por derrames submarinos de basalto maciços e com estruturas de almofadas. Os basaltos ocorrem como derrames homogêneos, maciços e nas porções superiores apresentam marcantes estrutura em almofada, e localmente, brechas de superfície de derrame (hialoclastitos). As almofadas apresentam zoneamento, em que o núcleo é constituído por basalto maciço de cor marrom esverdeada, afanítico, com textura intersertal composta por cristais ripiformes de plagioclásio, clinopiroxênio e vidro vulcânico. Na zona de borda estão presentes basaltos hipovítreos de cor verde amarelada, afaníticos e texturas características de resfriamento ultrarrápido como esferulitos, cristais aciculares e radiais de plagioclásio, além de texturas tipo "rabo de andorinha". Os hialoclastitos ocorrem na zona mais externa da almofada e representam brechas de superfícies de derrames basálticos. Finalmente, vidro basáltico de cor verde escura constitui a superfície dos derrames (zona interalmofada). A interface vulcanossedimentar da sequência representa a interação entre os derrames basálticos e rochas sedimentares argilosas. O metapelito tufáceo é constituído por uma matriz pelítica com fragmentos líticos de metabasalto estirados e rompidos. A porção sedimentar da Suíte é constituída por formações ferríferas e cherts e representam os registros de sedimentação química em ambiente oceânico marinho profundo, constituindo a porção superior desta suíte ofiolítica. O arcabouço tectônico da área é caracterizado como um sistema de cavalgamentos frontal e levemente oblíquo e é a feição estrutural mais expressiva na área com direção preferencial NNW-SSE e mergulhos para E e NE. Outra feição marcante é a presença de zonas de cisalhamento transcorrente sinistrais e destrais de extensões quilométricas com orientação preferencial NE-SW e E-W. Todas as estruturas são truncadas por falhas normais de direção NW-SE. Os efeitos deformacionais e metamórficos sobre as rochas da Suíte e rochas encaixantes são incipientes e suas estruturas e texturas primárias mostram-se preservadas. Nas rochas da Formação Couto Magalhães os indícios do metamorfismo são mais evidentes nas ardósias e filitos (formação de sericita e clorita), nos peridotitos serpentinizados ocorre geração de serpentinas não pseudomórficas sobrepondo-se às pseudomórficas, nos basaltos maciços, a associação metamórfica é definida por Ab+Tr-act+Cl+Ep±Stp; as paragêneses dessas rochas indicam transformação metamórfica na fácies xisto verde baixo. Para os estudos litoquímicos foram priorizadas as porções do núcleo das almofadas, que permaneceram, em muitos casos, protegidas das transformações metassomáticas. Dados divergentes obtidos em algumas amostras podem ser explicados por serem amostras coletadas mais próximas às bordas das almofadas, que sofreram intensas transformação devido ao metamorfismo oceânico. Geoquimicamente, os basaltos revelam natureza subalcalina, toleítica, compatíveis com o tipo MORB. Anomalias negativas de Sr podem indicar retenção de plagioclásio durante os eventos de fusão parcial a partir de fonte mantélica empobrecida. O diagrama ETR mostra comportamentos ligeiramente empobrecidos dos ETR leves e enriquecidos em ETR pesados e suave anomalia de Eu; sendo esse padrão confirmado pelas razões (La/Yb)N e (La/Sm)N <1 também apontam para magmas do tipo N-MORB. A evolução da Suíte está ligada ao desenvolvimento da Bacia Oceânica Araguaia com a geração de uma litosfera oceânica antiga com ascensão e talvez exposição do manto superior; vulcanismo formando o substrato oceânico profundo, e sedimentação (argilito tufáceo, formação ferrífera bandada e cherts). Posteriormente, processos de descolamento do substrato crosta/manto levaram à inversão tectônica da sequência levando a fase tectônica compressional, que levou a obducção dos corpos ofiolíticos, gerando um sistema de cavalgamentos e transcorrências tardias com movimentação em direção ao Cráton Amazônico, segmentando os corpos ofiolíticos e misturando-os às rochas da Formação Couto Magalhães acompanhado de metamorfismo regional na fácies xisto verde baixo. |