Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
DUTRA, Alessandra de Cássia dos Santos
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Orientador(a): |
GORAYEB, Paulo Sérgio de Sousa
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11495
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Resumo: |
O objetivo principal do trabalho foi o estudo do magmatismo e ambientes sedimentares associados nas rochas do Grupo Tucuruí de idade neoproterozóica, além de discutir a sua contextualização na evolução do Cinturão Araguaia. A referida unidade aflora na região de Tucuruí, nordeste do Pará, ao longo da zona de transição entre o Cráton Amazônico e Cinturão Araguaia e é descrita como uma sucessão vulcano-sedimentar constituída por depósitos vulcânicos incluindo derrames basálticos, eventuais intrusões de diabásios e brechas basálticas intercaladas com depósitos siliciclásticos litorâneos constituídos por subarcóseos e siltitos amalgamados, cujas camadas orientam-se na direção NNE-SSW com mergulho baixo para SE. A Falha de Tucuruí, por cavalgamento projeta estes conjuntos rochosos para oeste resultando em fraturamento e percolação de fluidos nestas rochas. Os depósitos siliciclásticos mostram granocrescência e espessamento ascendente nos quais foram reconhecidas cinco fácies sedimentares reunidas em duas associações, sendo elas, depósitos de antepraia sendo constituída pela fácies subarcóseo com estratificação cruzada de baixo ângulo e tempestitos de face litorânea compostos pelas fácies subarcóseo com laminação planoparalela, siltito com laminação planoparalela, siltito com laminação truncada por onda e siltito com estratificação cruzada hummocky. Estas associações de fáceis sugerem processos de transporte e sedimentação ligados a um ambiente marinho raso, seguindo da zona de foreshore até a zona de shoreface, sobre influência de onda de tempestade. A análise petrográfica de subarcóseos e siltitos a revela imaturidade textural e composicional destas rochas, indicando, sobretudo, área-fonte próxima composta de rochas ígneas de composição intermediária a máfica e/ou metamórficas, bem como também indica que a sequência sedimentar esteve submetida a condições eodiagenéticas a mesodiagenéticas. Os depósitos vulcânicos são compostos por rochas mesocráticas, hipocristalinas, cuja mineralogia é constituída por labradorita (An53), augita, minerais óxidos de Fe e Ti e acessoriamente sulfetos e apatita. Os derrames basálticos são afaníticos, compostos por basaltos amigdaloidais, situados na base e topo dos mesmos e basaltos maciço, localizados nas porções centrais dos derrames. No tipo amigdaloidal, as amígdalas são preenchidas por clorita, quartzo, zeólita e material criptocristalino verde e estão imersas em matriz intergranular ou intersertal, sendo estas duas últimas as tramas texturais principais dos basaltos maciços. Os sills de diabásio faneríticos e de granulação média possuem textura intergranular e eventualmente intercrescimento micrográfico. As brechas basálticas por sua vez, ocorrem entre os derrames e/ou no contato com a sequência sedimentar, sendo constituídas de fragmentos de basaltos exibindo estruturas de fluidez envolvidos em matriz sedimentar de granulometria silte, localmente entremeadas com concentrações irregulares de zeólitas e epídoto, indicando desta forma a concomitância entre processos de sedimentação e vulcanismo. A análise geoquímica realizada em 14 amostras de rochas vulcânicas da região de estudo, utilizando espectrometria de plasma acoplado ao espectrômetro de massa (ICP-MS) revela concentrações de SiO2 variando entre 46 a 48% e álcalis (Na2O+K2O) entre 2-4% predominantemente. As concentrações de CaO, Fe2O3 e TiO2 são elevadas e variam entre 8-128%, 12-16% e 2 -3% respectivamente, enquanto a concentração de MgO é moderada e varia entre 5-7%. Já os elementos traços tem valores de Cu, Cr e Co em concentração moderada entre 102-216ppm, 160-560 ppm, 44-52 ppm, já os valores de elementos como Ba, Rb e Sr variam entre 115-350 ppm, 5-34 ppm e 145-424 ppm respectivamente e as razões (La/Yb)n entre 2 a 5. Este quadro composicional é compatível com basaltos de afinidade toleítica. O comportamento de elementos traços é típico de províncias de basaltos continentais, onde os elementos terras raras mostram fraco fracionamento. Anomalias são observadas, sendo elas negativas no caso do Eu e Sr, indicando fracionamento de plagioclásio e positiva no caso do Ti, indicando a semelhança com suítes de alto Ti. Quanto a possível fonte magmática, as razões La/Yb e La/Nb, ambas maiores que 1, permitem admitir a derivação de fontes mantélicas enriquecidas, com fusão parcial de um manto litosférico subcontinental. Desta forma, pode-se resumir que o Grupo Tucuruí representa a porção preservada de rochas de um segmento costeiro influênciado por ondas de tempestade em uma bacia do tipo rifte ou antepaís, com área fonte próxima composta de rochas ígneas e/ou metamórficas, topografia elevada e marcada por intemperismo físico predominante e que foi atingida durante sua formação por vulcanismo efusivo com assinaturas geoquímicas de afinidade toleítica e ambiência continental durante os estágios finais da evolução geológica do Cinturão Araguaia. Ademais, o fraturamento e percolação de fluidos hidrotermais observados a partir dos veios registrados nos conjuntos rochosos do GT, somado à discreta transformação mineralógica que ocorre nos basaltos são compreendidos como influência dos últimos estágios de deformação e metamorfismo regional da evolução geológica do Cinturão Araguaia. |