Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
SIMÕES, Vanessa Cristina Ferreira
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Orientador(a): |
PACHECO, Agenor Sarraf
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Artes
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Departamento: |
Instituto de Ciências da Arte
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/7353
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Resumo: |
Afuá é um município localizado no Marajó das Florestas, no Estado do Pará, onde as principais vias da cidade são pontes de madeira erguidas sobre o rio, que as invade em tempos de invernada marajoara. Este fenômeno natural, ainda que provoque alagamento do território, tem sua manifestação comemorada como festa entre os moradores, remetendo a um modo de vida capaz de interconectar cultura e natureza. Diante destas especificidades, Afuá precisou recriar seu principal meio de transporte urbano, daí emergiu o bicitaxi. Construído da necessidade dos moradores, impedidos de utilizar veículos motorizados dada a estrutura da cidade, em um espaço onde as bicicletas imperam. O bicitaxi nasceu da união de duas bicicletas, fundidas por uma estrutura de metal. Neste enredo, nesta dissertação apresento cartografias de experiências de criação e uso vividas com o bicitaxi que dão existência a outras estéticas e regimes de visualidade. Em sua elaboração, caminhei no sentido de compreender de que maneira o bicitaxi está inserido no cotidiano de Afuá e entender seus diálogos com os modos de vida construídos ali; analisar as novas sensibilidades e regimes de visualidades que se constituem pelo exercício de criação e uso do bicitaxi, imbricados em ecossistemas estéticos; discutir que estética é essa e de que forma ela se articula às dimensões culturais e simbólicas da vida em Afuá; e, ainda, compreender como esses criadores entendem seus processos de criação e negociam com códigos de ordem local e global no fazer do bicitaxi. Para tanto, delineei um desenho teórico-metodológico que articulou as perspectivas da História Oral, orientando a condução de entrevistas junto aos afuaenses acerca de suas memórias de processos de criação e uso do veículo, e da Cartografia, na qualidade de orientação de pesquisa descentrada para mapear cenários moventes nos quais a cultura se constrói. Também dialoguei com estudiosos dos Estudos Culturais, do Pensamento Pós-colonial e com autores contemporâneos da Arte e do Design. No diálogo com eles, desenvolvi os resultados desta pesquisa, que evidenciou ecossistemas estéticos e modos de vida traçados na cidade, por meio dos quais o bicitaxi se constitui e adquire significado próprio, sendo atravessado por afetos, memórias e disputas de poder; além de demonstrar de que modo dele emergem saberes, cunhados pela experimentação e atualizados a cada novo veículo produzido; e apontar os processos de criação na cidade enquanto exercícios de experimentação de ideadores, por suas peculiaridades e autorreconhecimento, caracterizando-os como processos contínuos e fragmentários, colaborativos, informais e sustentados por saberes cunhados no cotidiano. Além disso, reconheci as experiências estéticas elaboradas na cidade como de resistência, por subverterem padrões estéticos convencionais; compósitas, por serem resultado de encontros e disputas culturais; e também, do fragmento, já que são fruto de processos de criação em constante movimento. |