Vulcanismo félsico paleoproterozóico do Grupo Iricoumé, NW do Pará, domínio Erepecuru-Trombetas, Província Amazônia Central: petrografia, geoquímica e geocronologia Pb-Pb em zircão e Sm-Nd em rocha total

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: BARRETO, Carla Joana Santos lattes
Orientador(a): LAFON, Jean Michel lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11631
Resumo: O Grupo Iricoumé é parte de um extenso evento vulcano-plutônico que marcou a região central do Cráton Amazônico durante o Orosiriano, o qual compreende rochas vulcânicas piroclásticas com texturas e estruturas bastante preservadas. A área de estudo localiza-se no noroeste do estado do Pará, no sudoeste do Domínio Erepecuru-Trombetas, sul do Escudo das Guianas. Essa área é limitada a sul pela cobertura paleozóica da Bacia do Amazonas e, a norte, por unidades metamórficas do embasamento. Estudos petrográficos permitiram distinguir um vulcanismo piroclástico predominante (ignimbritos, reoignimbritos, lápili-tufo de surge e tufo co-ignimbrítico de queda), e de maneira subordinada, rochas hipabissais (lamprófiros espessartíticos, traquito, riolito) e efusivas (fluxos de lavas andesíticas). A maioria das rochas piroclásticas exibe feições diagnósticas da deposição dos piroclastos sob altas temperaturas, sugerindo que essas rochas estão provavelmente relacionadas a ambiente de geração de caldeiras. As idades Pb-Pb de 1888 ± 2,5 Ma e 1889 ± 2 Ma obtidas para zircões de ignimbritos traquíticos do Grupo Iricoumé no Domínio Erepecuru-Trombetas confirmam que a maioria das rochas estudadas pertence ao Grupo Iricoumé. Por outro lado, a idade Pb-Pb em zircão de 1992 ± 3 Ma obtida para uma amostra de traquiandesito permitiu evidenciar um episódio vulcânico orosiriano subordinado mais antigo, já reconhecido de maneira localizada a sul da Bacia do Amazonas, no Domínio Tapajós. As rochas piroclásticas menos diferenciadas (composições de traquitos e dacito) possuem assinatura metaluminosa, anomalias positivas de Sr e fracas a ausentes anomalias negativas de Eu, enquanto que as mais diferenciadas (composições de riolitos) possuem assinatura levemente peraluminosa, fortes anomalias negativas de Sr, P e Ti e moderadas anomalias negativas de Eu. As rochas hipabissais mostram caráter metaluminoso a peraluminoso, fortes anomalias negativas de Sr, Ti e P para o traquito e riolito, e anomalias positivas de Sr para o lamprófiro, além disso, exibem anomalias negativas de Eu fracas a ausentes. As características geoquímicas dessas rochas sugerem que as mesmas se formaram em um ambiente tectônico pós-colisional, interpretação que vem sendo adotada para associações vulcano-plutônicas de outros domínios da porção central do Cráton Amazônico. Os traquiandesitos exibem caráter metaluminoso, com anomalias de Sr positivas e anomalias negativas de Eu inexistentes, além de afinidade com ambiente de arco vulcânico, sugerindo que essas rochas se formaram em um contexto geodinâmico relacionado à subducção. Os resultados Sm-Nd em rocha total obtidos forneceram valores de Nd entre -3,04 e +2,35 e idades TDM variando de 1,98 Ga até 2,39 Ga, indicando fontes dominantemente crustais de idades Riaciana a Sideriana para os magmas parentais sem significativa contribuição crustal arqueana. Os novos resultados obtidos constituem uma evidência adicional da ampla extensão do vulcanismo Iricoumé e de vulcânicas correlatas na porção central do Cráton amazônico, e reforçam a hipótese de uma Grande Província Ígnea Félsica (SLIP) no Cráton Amazônico, como já havia sido previamente proposto por alguns autores.