Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
TAVARES, Roberta Patrícia dos Santos
|
Orientador(a): |
LAFON, Jean Michel
|
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
|
Departamento: |
Instituto de Geociências
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14788
|
Resumo: |
As seqüências metavulcanossedimentares da Serra do Navio, incluídas no Grupo Vila Nova, e os granitóides associados localizam-se na região central do Estado do Amapá, no limite entre os dois principais domínios geodinâmicos dessa porção da Província Maroni-Itacaiúnas, no sudeste do Escudo das Guianas (Bloco Arqueano Amapá a sul e domínio paleoproterozóico juvenil, a norte). O Bloco Amapá constitui um extenso fragmento continental Arqueano composto por um embasamento incluindo complexos granulíticos, gnáissicos, ortognaissesgraníticos e migmatíticos. O período principal de acrescão crustal ocorreu no final do Paleoarqueano e durante o Mesoarqueano enquanto que processos de retrabalhamento crustal predominaram no Neoarqueano. Dois eventos magmáticos principais com idades de 2,85-2,79 Ga e 2,66-2,60 Ga foram identificados. Durante a orogênese Transamazônica (2,26-1,95 Ga) o Bloco Amapá foi marcado pela intrusão de granitóides, formação de sequências metavulcanossedimentares e episódios metamórficos de alto grau. Na Serra do Navio, as rochas metavulcanossedimentares do Grupo Vila Nova ocorrem na forma de faixas alongadas segundo uma direção NW-SE. São representadas por uma sequência basal de ortoanfibolitos e rochas metamáficas, capeados por quartzo-xisto com lentes de rochas calciosilicáticas, biotita-xistos, xisto grafitoso com lentes de mármore cálcico e manganesífero. Toda esta seqüência é metamorfizada na fácies xisto-verde a anfibolito. Cortando esta sequência, são observadas várias ocorrências de plútons graníticos. Estes granitóides são constituídos por monzogranitos, granodioritos foliados e granodioritos isotrópicos. Os monzogranitos e granodioritos foliados exibem características geoquímicas de granitos subalcalinos, fracamente peraluminosos e similares aos granitos tipo A (tipo A2). Os granodioritos isotrópicos apresentam natureza cálcio-alcalina, caráter peraluminoso, e são semelhantes aos granitos do tipo I Fracionados. Os dados geoquímicos de elementos-traço e terras raras indicam que os anfibolitos representam essencialmente basaltos andesíticos de tipo T-MORB e sugerem uma origem em contexto de abertura oceânica, provavelmente de bacia retro-arco. Os resultados Sm-Nd obtidos em cinco amostras de rochas anfibolíticas forneçam valor de _Nd(2,23 Ga) entre +0,91 e +3,55, indicando derivação mantélica majoritária com leve participação de magmas crustais ou contaminação na gênese dessas dessas rochas. Para os xistos das mesmas sequências metavulcanossedimentares, valores levemente positivos até nitidamente negativos (-4,98 <_Nd(2,23Ga) < +0,57) apresentam sinais de contribuição crustal, provavelmente por envolvimento do embasamento arqueano e/ou por contaminação por fluidos metamórficos. A assinatura isotópica _Nd (2,23 Ga) entre -4,88 e +3,15, as idades TDM de 2,24 até 2,84 Ga, determinadas em sete amostras de granitóides indicam uma contribuição importante de crosta continental arqueana na fonte dessas rochas, registrada também por zircões herdados de até 2,71 Ga, assim como, em alguns dos corpos investigados, uma formação a partir de magmas juvenis paleoproterozóicos. As idades Pb-Pb em zircão de 2,23-2,25 Ga, obtidas em três amostras de monzogranitos e granodioritos sugerem que tenham sido formados durante um evento plutônico eo-riaciano. Essas idades sugerem também que as sequências metavulcanossedimentares, nas quais os granitóides são intrusivos, sejam contemporâneas das rochas máficas do Grupo Ipitinga, na borda sul do Bloco Arqueano Amapá, e do Complexo de “l´ile de Cayenne”, na Guiana Francesa, e representam também um evento precoce na evolução Transamazônica. Dessa forma, o Grupo Vila Nova na Serra do Navio não são relacionadas às sequencias greenstones mesoriacianas do sudeste do Escudo das Guianas e constitui mais uma testemunha do estágio eoriaciano de formação de crosta oceânica que deu inicio à evolução Transamazônica da Província Maroni-Itacaiúnas. |