Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, Raquel Ferreira dos |
Orientador(a): |
GALARZA TORO, Marco Antonio
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14707
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Resumo: |
O Cráton Amazônico encontra-se inserido na Plataforma Sul-americana e representa um dos mais expressivos terrenos pré-cambrianos do mundo. Esta mega-unidade tectônica é recoberta por sequências vulcânicas efusivas e explosivas do Paleoproterozoico que recobrem aproximadamente 1.500.000 km2. Próximo ao distrito de Vila Mandi, extremo sul do município de São Félix do Xingu (PA), este evento encontra-se representado por sequências vulcano-plutônicas predominantemente félsicas, com subordinados tipos intermediários e sedimentos associados, pouco estudadas, mas que podem ser correlacionáveis a sequências de outras porções do Cráton Amazônico. Desta forma o objetivo do trabalho é contribuir com a caracterização do sistema vulcano-plutônico que ocorre na região, no que diz respeito aos seus aspectos petrográficos, geoquímicos e geocronológicos. Foram individualizados na área de estudo duas unidades vulcano-plutônicas efusivas e explosivas, denominadas formações Cinco Estrelas e Vila Mandi. A unidade basal Formação Cinco Estrelas é composta por rochas vulcânicas básicas a intermediárias efusivas e subordinadamente explosivas, de composição subalcalina e revela ao menos duas fácies distintas: 1) fácies de fluxo de lava maciça subaérea, representada por rochas intermediárias com foliação de fluxo magmático horizontal; e 2) fácies vulcanoclástica com tufo de cinzas laminado. A unidade superior, Formação Vila Mandi, de composição subalcalina é composta por cinco fácies: 1) fácies de fluxo de lava de riolitos maciços; 2) fácies de stocks de granitoides equigranulares; 3) fácies de ignimbrito de composição félsica associado a tufos de cinza soldados e não-soldados; 4) fácies de brecha polimítica maciça e subordinados lapilli-tufo e tufo de cristais; 5) fácies de diques com pórfiros graníticos. Os dados geoquímicos dessas rochas mostram que as rochas da Formação Cinco Estrelas apresentam conteúdo de SiO2 entre 55,49 e 73,31 % e razões K2O/Na2O entre 0,56 e 1,64. Já as vulcânicas da Formação Vila Mandi compreendem uma suíte mais evoluída, com conteúdos de SiO2 entre 69,10 e 78,31 % e muito altas razões K2O/Na2O (0,24 – 111,66). A unidade basal exibe caráter dominantemente cálcio-alcalino, levemente transicional entre cálcio-alcalino a shoshonítico, composição exclusivamente metaluminosa, razões A/NK entre 1 e 2, bem como afinidade geoquímica com granitoides de arcos vulcânicos. Já a Formação Vila Mandi apresenta características transicionais entre metaluminosa e peraluminosa com razão A/NK entre 1 e 1,5 e afinidade tectônica semelhante a Formação Cinco Estrelas. Apesar de algumas diferenças entre as rochas das duas formações, assinaladas pelos conteúdos de Elementos Terras Raras (ETR), existem também muitas similaridades. As rochas das duas formações exibem um enriquecimento dos Elementos Terras Raras leves (ETRL) em relação aos Elementos Terras Raras pesados (ETRP). As fácies de fluxo de lava e vulcanoclástica da Formação Cinco Estrelas exibem conteúdos totais de ETR de baixo a moderado (177,6 – 475,9 ppm), com anomalia de Eu média a inexistente (Eu/Eu* = 0,69 – 0,93) para as duas fácies, caracterizando assim um comportamento compatível com as séries cálcio-alcalinas. Por sua vez, os litotipos da Formação Vila Mandi possuem padrões mais diversificados, provavelmente vinculado à sua evolução polifásica, com significativas anomalias negativas de Eu (Eu/Eu* = 0,35 – 0,71), apontando para o fracionamento expressivo de feldspatos. Nos diagramas de multi-elementos normalizados para o MORB as rochas da Formação Cinco Estrelas mostram expressivo enriquecimento dos elementos Sr, K, Rb, Ba e Th; expressivo empobrecimento em Ta e Nb em relação a Th e Ce; empobrecimento do P em relação Ce e Zr; e forte empobrecimento em Ti, Y e Yb. Os litotipos da Formação Vila Mandi possuem anomalias negativas de Ta e Nb, apesar de revelarem conteúdos mais elevados desses elementos, em relação a Formação Vila Mandi. Exibem ainda marcantes anomalias negativas de Sr, Ba, P, Ti e Yb, que podem refletir o fracionamento de feldspatos, apatita e óxidos de Fe e Ti nessas unidades. A evolução geológica da Formação Cinco Estrelas é vinculada a fases de vulcanismo efusivo de composição básica a intermediária e outro explosivo. Por sua vez, a Formação Vila Mandi tem evolução polifásica gerada por fissuras crustais que formam pares conjugados orientados nas direções NE–SW e NW–SE. A fase final envolveu vulcanismo efusivo que permitiu a acumulação de riolitos com foliação de fluxo vertical e subordinados diques de pórfiros graníticos e stocks de sienogranitos equigranulares que selaram as fissuras. Foram obtidas as idades U-Pb zircão em riolitos da Formação Vila Mandi de 1889 ± 4 Ma e 1983 ± 18 Ma, sugerindo que o magmatismo na área é polifásico, formado por pelo menos dois eventos vulcano-plutônicos distintos separados por aproximadamente 100 Ma. |