OLHARES DA/NA CI(S)DADE: transexualidades/travestilidades, raça e práticas nos espaços citadinos de Belém – PA “em plena luz do dia”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: GOMES, Gleidson Wirllen Bezerra
Orientador(a): SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia
Departamento: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/15935
Resumo: Esta tese tem como objetivo compreender as relações entre as transições de gêneros de pessoas trans/travestis e suas práticas nos espaços (CERTEAU, 2014) citadinos de Belém “em plena luz do dia”. Assim, a etnografia aqui proposta foi elaborada a partir de referências e reflexões da Antropologia Urbana, em diálogo com os estudos de gênero, sexualidades e raça. Teve como uma de suas bases as narrativas biográficas (ROCHA; ECKERT, 2013a) de cinco interlocutoras/es que, a partir de suas trajetórias de vida, permitiram refletir sobre as questões de gênero, sexualidade e raça implicadas em seus trânsitos cotidianos pela cidade. Além das entrevistas semiestruturadas voltadas para as trajetórias de vida, foram utilizadas também as narrativas e reflexões das pessoas trans/travestis sobre Belém, bem como realizei observações diretas com elas/eles, utilizando a técnica da etnografia de rua (ROCHA; ECKERT, 2013b) para descrever e interpretar as situações ocorridas em lugares de Belém como ruas, praças, calçadas e, também, em seus deslocamentos na urbe dentro de coletivos. Os dados etnográficos assim construídos foram organizados em “cenas”, com inspiração em Perlongher (1984), nas quais é possível perceber as performances (TURNER, 2015; CHECHNER, 2012) nelas contidas, gestos e expressões faciais, evidenciando os olhares dos desconhecidos na capital paraense como um dos micro-gestos que compõe as interações (GOFFMAN, 2014) urbanas das pessoas trans/travestis, quando elas têm seus corpos ora questionados, ora desejados, ou observados com curiosidade, demonstrando parte da complexidade do estilo de vida urbano nesta cidade amazônica. Nesses jogos de olhares são também percebidas territorialidades (PERLONGHER, 1984; 2008) em suas demarcações simbólico-espaciais em Belém, o que nos ajuda a pensar na ideia de uma ci(s)dade, ou seja, uma cidade que tem em seus fundamentos a cisgeneridade e a branquitude, atuando nas delimitações dos espaços concretos da urbe e compondo parte das relações sociais nela vivenciada.