Geologia, geoquímica e geocronologia do granito Boa Sorte, Município de Água Azul do Norte (PA), Província Carajás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: RODRIGUES, Daniel Silvestre lattes
Orientador(a): OLIVEIRA, Davis Carvalho de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11633
Resumo: O Granito Boa Sorte ocorre na região sudeste do estado do Pará, no contexto geológico do Domínio Carajás ou, mais precisamente, no Subdomínio de Transição entre o Domínio Rio Maria e a Bacia Carajás. Forma um batólito alongado na direção E-W, constituído por biotita leucomonzogranitos, com granodioritos e sienogranitos subordinados, que apresentam variados graus de deformação. As texturas observadas nas rochas com foliação dúctil mais pronunciada sugerem condições de médio grau (450°C - 600°C e 6±1 kbar) durante a deformação do Granito Boa Sorte. Este faz contato a sul com o Granodiorito Água Limpa, é intrusivo em TTGs e Greenstone belts, sendo ainda intrudido por plútons de composição máfica a intermediária do Diopsídio-Norito Pium, granitos da Suíte Planalto e por diques máficos. Geoquimicamente ocorrem quatro grupos distinguidos pelos diferentes padrões de ETR: (1) é o grupo predominante, sendo caracterizado pelas altas razões (La/Yb)N, moderadas anomalias negativas de Eu e padrão côncavo dos ETR pesados; (2) possui baixas razões (La/Yb)N e acentuadas anomalias negativas de Eu; (3) é empobrecido em ETR leves, com razões (Gd/Yb)N próximas da unidade e anomalias negativas de Eu moderadas; e (4) caracteriza-se pelo baixo conteúdo total de ETR, com razões (La/Yb)N altas a moderadas. Tais grupos possuem características compatíveis com as de granitos tipo-I, cálcico-alcalinos e fracamente peraluminosos. São rochas com alto conteúdo de K2O, baixo de elementos ferromagnesianos, moderado de CaO e Na2O e moderado a alto de Al2O3. As razões K2O/Na2O variam entre 1 e 2. Apesar da grande superposição, em média existe um aumento no conteúdo de SiO2 entre os grupos de alta razão (La/Yb)N (1), baixa razão (La/Yb)N (2) e baixa razão (Gd/Yb)N (3). Em diagramas de Harker, o primeiro e o segundo grupo tendem a se alinhar em trends bem definidos, com o terceiro, em média, mostrando valores mais altos de Na2O e mais baixos de K2O, Zr e Hf, e o quarto grupo, que, além destas diferenças, apresenta conteúdos em média mais elevados de CaO, Ba e Sr e menores de Rb e da razão FeOt/(FeOt+MgO). A colocação do Granito Boa Sorte se deu ainda no Mesoarqueano, com idade mínima de 2857±2 Ma, e por diferentes processos de fusão de protólitos crustais, cujas idades mais antigas são de ~ 3,00 Ga. Distingue-se do grupo de Leucogranodioritos-granitos do Domínio Rio Maria, mostrando maior afinidade com os Leucogranitos Potássicos tipo Xinguara e Mata Surrão. Na região de Canaã dos Carajás, os grupos de alta e baixa razão (La/Yb)N apresentam boa correspondência com as rochas do Granito Cruzadão e, em alguns aspectos, com aquelas do Granito Bom Jesus. Já o grupo de baixa razão (Gd/Yb)N se assemelha ao Granito Serra Dourada, enquanto que o grupo com baixo conteúdo de ETR possui maior afinidade com o Granito Canaã dos Carajás. Tais correspondências sugerem que toda a região localizada entre a cidade de Canaã dos Carajás e a porção nordeste do município de Água Azul do norte, tenha sido afetada por processos similares durante a evolução mesoarqueana do Domínio Carajás, sendo posteriormente modificada pela tectônica neoarqueana responsável pelo fechamento da Bacia Carajás.