Exposição das florestas da Amazônia à velocidade das mudanças climáticas
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
Museu Paraense Emílio Goeldi Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16707 |
Resumo: | Mudanças climáticas estão ocorrendo de forma acelerada e, em face disso, espécies devem produzir respostas adaptativas para tentar garantir sua persistência. A redistribuição da biodiversidade é um dos efeitos mais prováveis nas regiões tropicais, uma vez que muitas espécies possuem nichos climáticos estreitos que as tornam menos capazes de se adaptar a novas condições ambientais. Evidências desse efeito já foram observadas em muitos grupos taxonômicos amazônicos. No entanto, permanece incerto se as espécies serão capazes de acompanhar as mudanças climáticas futuras. A De acordo com projeções em estudos anteriores, a Amazônia está entre as regiões globais mais expostas as longas distâncias aos climas análogos futuros e ao surgimento de novas condições do clima. Junto a isso, o avanço do desmatamento pode restringir a quantidade de habitats favoráveis à persistência das espécies no futuro, além de prejudicar a conectividade até as áreas com clima análogo. As áreas protegidas (PAs) podem contribuir para a redistribuição da biodiversidade amazônica como refúgios climáticos, representando uma importante estratégia de conectividade entre os climas do presente e do futuro, mas podem ser insuficientes, face a velocidade das mudanças climáticas promovidas pelas atividades humanas. Velocidades climáticas representam um método para quantificar a taxa na qual as espécies devem alterar sua distribuição a fim de preservar suas características de adaptação climática atual. Neste trabalho, investiga-se a velocidade das mudanças climáticas no bioma Amazônia, baseada em análogos climáticos entre o presente e o futuro, a partir das direções de avanço (presente-futuro) e de recuo (futuro-presente), enfatizando a rede de PAs da região. A velocidade climática mediana destas áreas foi comparada com a das áreas não protegidas (UAs) do bioma, com o intuito de verificar eficácia do atual conjunto de PAs em manter condições climáticas favoráveis à adaptação das espécies em cenários de mudanças climáticas futuras. Além disso, foram identificados os refúgios climáticos do bioma Amazônia e foi quantificado o impacto do desmatamento sobre estas áreas. Para atingir estes objetivos, foram utilizados dados de médias anuais de temperatura do ar e precipitação com resolução espacial de 10 km, a fim de se descrever os mesoclimas atuais (1970- 2000) e futuros (2041-2060). Os resultados mostram que os efeitos da velocidade de recuo serão maiores em magnitude e extensão espacial. Apesar disso, a rede de PAs será menos exposta aos impactos da velocidade de recuo que UAs – enfatizando a importância destas áreas como ferramenta na conservação. Em contraste, para os impactos relativos à velocidade de avanço, a rede de PAs será ligeiramente mais exposta que UAs – indicando que a disposição espacial atual da rede de PAs ainda não é a mais indicada para minimizar os impactos das mudanças climáticas. Encontrou-se também que os refúgios climáticos ocupam apenas 7 % do bioma Amazônia, e estão distribuídos nas bordas do limite biogeográfico. Em apenas 12 anos, o desmatamento causou uma perda de mais de 5 % destas áreas. Diante deste cenário, é preciso limitar ainda mais a perda de florestas e incluir os refúgios climáticos nas agendas de conservação da Amazônia, a fim de potencializar a conservação da biota das florestas amazônicas sob cenários de mudanças climáticas. |