Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, Marcela da Silva
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Orientador(a): |
OLIVEIRA, Davis Carvalho de
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11938
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Resumo: |
As rochas que constituem a crosta TTG da área de Água Azul do Norte são dominantemente trondhjemíticas e mostram fortes afinidades geoquímicas com as demais ocorrências TTG do Domínio Carajás (trondhjemitos Rio Verde, Colorado e de Nova Canadá) e diferem daquelas do Domínio Rio Maria (tonalitos Caracol, Arco Verde, Mariazinha, trondhjemitos Mogno e Água Fria) por apresentarem termos mais evoluídos, conteúdos menos expressivos de minerais acessórios primários e serem essencialmente peraluminosas, com ausência de plagioclásio intensamente descalcificado. Apresentam médias e altas razões La/Yb e Sr/Y, e baixas de Nb/Ta, indicando que tais rochas foram formadas a partir da fusão parcial de metabasaltos, previamente transformados em granada-anfibolito, em condições de altas á intermediárias pressões (~1,0-1,5 GPa). Os megas enclaves tonalíticos identificados possuem características mineralógicas e geoquímicas particulares, que não permitem associá-los às típicas associações TTG. Exibem anfibólio modal em quantidades expressivas (> 5%), elevados conteúdos de Fe2O3, MgO, CaO, Ni e Cr, e ainda, um padrão ETR horizontalizado (baixos valores das razões La/Yb), o que reflete seu caráter menos evoluído quando comparados aos granitoides TTG. Os baixos valores das razões La/Yb e Sr/Y indicam que estas rochas foram geradas fora do campo de estabilidade da granada, em condições de pressão inferiores àquelas dos granitoides TTG (≤ 1,0 GPa). Estes representariam magmas de comportamento transicional entre os típicos TTGs e rochas afins de sanukitoides. O caráter menos evoluídos dos enclaves em relação às rochas do Tonalito São Carlos, que até então representaria o fragmento mais antigos da crosta mesoarqueana no Domínio Carajás, juntamente com seu padrão estrutural caótico, sugerem que estes possam representar partes preservadas de uma crosta ainda mais antiga. Os dados estruturais sugerem que a crosta TTG registra pelo menos dois importantes momentos de deformação atuantes na área com eixos de encurtamento principal coincidentes (N10-20ºE). O primeiro momento (D1 ~2,93 Ga) é evidenciado pelo bandamento composicional (E-W) gerado por um forte componente de cisalhamento puro durante a colocação dos granitoides TTG. A fase tardia de deformação dúctil (D2 ~2,87 Ga), dada sob condições de metamorfismo de fácies anfibolito médio (550ºC), é marcada pela transposição de cisalhamento simples e puro das estruturas pretéritas, e que deram origem aos padrões de foliação NW-SE, N-S, NE-SW e E-W. Esse momento de deformação está diretamente ligado às intrusões tardias de leucogranitos sin a pós-tectônicos de idade mesoarqueana. A deformação transpressiva identificada na área sugere que as convergências de placa foram atuantes durante o período de 2,93 e 2,87 Ga, sendo que durante a última fase da transpressão, o strain foi particionado, com a tensão total de cisalhamento simples acomodado em zonas e bandas de cisalhamento. Uma consequência disso seria a preservação de regiões de baixa deformação entre zonas de cisalhamento, controladas por cisalhamento puro. A existência de uma crosta TTG na região de Àgua Azul do Norte composicionalmente distinta daquela do Domínio Rio Maria, aliado a um complexo padrão deformacional que quase sempre está associado a processos de migmatização, sugerem que esta porção do Domínio Carajás não representa uma extensão do Domínio Rio Maria, e sim, um fragmento de crosta mesoarqueano independente sem registros da atuação de eventos neoarqueanos, o que também não estaria em conformidade com a definição atribuída ao Subdomínio Sapucaia. |