Geoquímica e geocronologia U-Pb, Sm-Nd e Rb-Sr dos granitoides orosirianos do domínio Erepecuru-Trombetas, Província Amazônia Central, Noroeste do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: LEAL, Rafael Estumano lattes
Outros Autores: https://orcid.org/0000-0002-6879-7170
Orientador(a): LAFON, Jean Michel lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14709
Resumo: As rochas graníticas do noroeste do Estado do Pará fazem parte de duas extensas associações vulcano-plutônicas que marcaram a região central do Cráton Amazônico durante o Orosiriano. A área desse estudo está localizada na porção sudoeste do Domínio Erepecuru- Trombetas, sul do Escudo das Guianas. A associação mais antiga recentemente cartografada e datada a aproximadamente 2,0-1,95 Ga, é formada pelas rochas vulcânicas da Formação Igarapé Paboca e pelos granitoides da Suíte Intrusiva Caxipacoré. A associação mais jovem (1,90-1,86 Ga) é constituída pelos granitoides das suítes intrusivas Água Branca e Mapuera e pelas rochas efusivas e piroclásticas do Grupo Iricoumé. Estudos petrográficos direcionados as suítes Caxipacoré, Água Branca e Mapuera permitiram distinguir cinco grandes variedades de granitoides (quartzo-monzonitos, monzonitos, monzogranitos, sienogranitos e ácali- feldspato granitos) com conteúdos variados de hornblenda e biotita, as principais fases máficas. De modo geral, são rochas isotrópicas, leucocráticas, inequigranulares, de granulação média a grossa e texturas granular hipidiomórfica, rapakivi, granofírica e microporfirítica. A caracterização geoquímica permitiu definir dois grupos de rochas com assinaturas distintas. O primeiro grupo, formado pelas suítes Caxipacoré e Água Branca, possui rochas de natureza cálcio-alcalina de alto-K a shoshonítica, caráter metaluminoso a peraluminoso e afinidade com granitoides magnesianos. Enriquecimento em elementos litófilos de grande raio iônico (LILE; K, Rb, Ba e Sr, por exemplo), fortes anomalias negativas de Nb, moderado fracionamento dos ETR pesados e fracas anomalias de Eu são características comuns desses granitoides. O segundo conjunto litológico, formado pelas rochas da Suíte Intrusiva Mapuera, compreende rochas de composição ácida (71,29<SiO2<78,03%), de natureza alcalina de alto- K, peraluminosa com tendência metaluminosa e afinidade com granitoides ferrosos. Essas rochas apresentam enriquecimento em elementos de alto campo de força (HFSE; Zr, Hf e Th, por exemplo), alto conteúdo de ETR e pronunciadas anomalias negativas de Eu. Em diagramas de classificação de ambiente tectônico, os granitoides das suítes intrusivas Caxipacoré e Água demonstraram afinidades geoquímicas com granitoides cálcio-alcalinos de arco vulcânico (VAG), relacionados a zonas de subducção, enquanto as rochas da Suíte Intrusiva Mapuera assemelham-se a granitoides pós-colosionais tipo-A2, relacionados a ambientes anarogênicos intraplaca. Datações radiométricas U-Pb em zircão por ICP-MS-LA forneceram idades de 1991±5,9 e 2005±7,2 Ma para os granitoides da Suíte Intrusiva Caxipacoré e 1886,5±4,8 Ma em um hornblenda-biotita monzogranito da Suíte Intrusiva Água Branca. Para a Suíte Intrusiva Mapuera, a idade de 1870±14 Ma foi obtida em um biotita álcali-feldspato granito. Essas idades foram interpretadas como idades de cristalização desses granitoides. Um intervalo de aproximadamente 100 Ma de anos foi observado entre a Suíte Intrusiva Caxipacoré e as suítes Água Branca e Mapuera. As características geoquímicas aliadas aos dados geocronológicos permitiram definir uma evolução geodinâmica envolvendo um contexto orogênico relacionado a um ambiente de subducção a 2,0-1,95 Ga, que favoreceram a formação das rochas da Formação Igarapé Paboca e Suíte Intrusiva Caxipacoré, seguido por um ambiente transicional (1,90-1,86 Ga) entre um contexto convergente para um contexto extensional intracontinental, marcado pela coexistência das rochas cálcio-alcalinas e alcalinas das suítes Água Branca e Mapuera, respectivamente. Idades modelo Nd-TDM entre 1,95 e 2,30 Ga e Sr-TUR entre 1,84 e 2,02 Ga e valores de εNd positivos e ligeiramente negativos (+2,29 a -1,96) para os granitoides das suítes intrusivas Caxipacoré, Água Branca e Mapuera, indicam que os magmas parentais foram originados a partir de fusão de uma crosta siálica paleoproterozoica mais antiga e com pequena contribuição de fontes mantélicas. Além disso, a ausência de idades arqueanas permite descartar a existência de um embasamento arqueano na porção oeste do Domínio Erepecuru- Trombetas, diferentemente do que vem sendo proposto nos modelos de evolução tectônica do Cráton Amazônico.