Resumo: |
Objetivos: Avaliar o consumo alimentar e a sua associação com o risco de doença arterial coronariana em população urbana acima de 30 anos; analisar o risco cardiovascular pelo escore de Framingham e a sua associação com as variáveis sociodemográficas; verificar os alimentos e grupos de alimentos consumidos na população em estudo; analisar a associação entre o consumo alimentar com os grupos de alto e baixo risco pelo escore de Framingham. Metodologia: Estudo transversal que abrangeu 267 indivíduos por amostra aleatória randomizada, de área da periferia do município de Belém do Pará. Realizou-se coleta de amostras biológicas para exames bioquímicos e medidas de peso, altura e pressão arterial. Aplicou-se questionário sobre características socioeconômicas no domicílio e um questionário de frequência alimentar (QFA) para a coleta das informações sobre o consumo alimentar. O consumo dos alimentos foi reclassificado para análise em consumo regular e não regular. O risco cardiovascular foi calculado a partir dos dados clínicos e bioquímicos, utilizando-se a escala de risco cardiovascular de Framingham e classificando os indivíduos em dois grupos: de alto e baixo risco cardiovascular. Após essa classificação, foram feitas análises de associação com as variáveis sociodemográficas, antropométricas e com os dados de consumo alimentar obtidos por meio do QFA. Resultados: 22,5% do grupo apresentou alto risco para desenvolver doença arterial coronariana e 77,5% baixo risco, segundo o escore de Framingham. Da população que apresentou alto risco, 65% eram mulheres, 91,7% referiram cor predominante parda ou preta; 68,3% pertenciam às classes B e C; a mediana de renda per capta era de R$300,70; a mediana de idade foi de 47 anos; a mediana de anos de estudo era de 8 anos; 65,9% mantinham um relacionamento conjugal; 76,7% apresentaram excesso de peso e 41,7% estavam com circunferência da cintura aumentada. Quanto ao consumo alimentar regular da população estudada, 62,9% consumiam leite integral, 13,9% carne vermelha, 50,2% margarina, 65,5% farinha de mandioca, 8,6% refrigerante, 10,5% leite desnatado, 38,6% feijão e 15,7% consumiam cinco porções diárias de frutas legumes e verduras. Conclusão: O presente estudo observou que a população pesquisada apresentava uma alimentação bastante homogênea, provavelmente devido às semelhanças de poder aquisitivo e de hábitos alimentares. Desse modo, este estudo não encontrou associação estatística entre o risco cardiovascular e o consumo alimentar nesse grupo populacional. |
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