Pedra, redes e malha na circulação do pescado do Ver-o-Peso ao meio urbano de Belém do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SILVA, Luiz de Jesus Dias da lattes
Orientador(a): RODRIGUES, Carmem Izabel lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia
Departamento: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8883
Resumo: Esta tese tem o objetivo de etnografar a rede social envolvida no processo de circulação do pescado que chega diariamente na Pedra do peixe do Ver-o-Peso e é distribuído na malha urbana da cidade de Belém do Pará. O problema enfrentado é compreender como essa comercialização permanece, presentemente, central no maior mercado popular da cidade e à própria cidade, uma vez que foi iniciada, ainda, no período colonial brasileiro. A etnografia local assume importância cultural, histórica e econômica para a vida social de Belém; os sujeitos nesse mercado atuam, entre água e terra, em um conjunto de espaços coletivos onde há interpenetração da história com a cultura local, que se transformam em práticas e atualizam sentidos. Metodologicamente houve a pesquisa com dados secundários para embasamento teórico e a pesquisa etnográfica, com observação direta e observação participante, uma vez que ao ser aceito no campo pude, por vezes, auxiliar na comercialização do pescado na Pedra, na feira da Marambaia e em outro ponto de venda na cidade. O Ver-o-Peso, foi pesquisado como mercado popular, sistema simbólico e importância cultural à cidade de Belém. Houve a investigação quanto a origem desse espaço de entreposto pesqueiro, como lugar de inter-relações, suas especificidades, conflitos locais, leis ou regimentos tácitos e quanto a preparação da tripulação de embarcações pesqueiras para uma nova jornada que, pois, ao tempo que encerra a venda de uma carga de pescado, a ser é distribuído em Belém e outras localidades, finaliza um ciclo, e se inicia de modo concomitante, o preparo da próxima viagem em busca de peixe para venda nesse local, novamente. O pescado distribuído em Belém chega in natura aos consumidores finais que o encontram nas feiras, mercados, supermercados e outros pontos de venda da malha urbana da cidade, e mais, ainda, nos seus restaurantes diversificados, em forma de pratos regionais preparados aos muitos apreciadores. Nas considerações finais houve uma reflexão quanto à rede de comercialização do pescado e seus aspectos econômicos, sociais, culturais, suas regras, informalidades e seus conflitos, respondendo o que faz com que a circulação do pescado em Belém permaneça até a atualidade com muito vigor, tendo aquele locus do Ver-o-Peso como centralidade do seu fluxo, além de proposições advindas dos trabalhadores que lá atuam do dia-a-dia, quanto sua permanência, onde está.