O olhar artístico diante do fenômeno social: a violência invisível do filme "o som ao redor"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: MARÇAL, Ana Carolina Chagas lattes
Orientador(a): SOUZA, José Afonso Medeiros lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes
Departamento: Instituto de Ciências da Arte
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9968
Resumo: Este trabalho investiga de que maneira o filme O som ao redor, dirigido por Kleber Mendonça Filho, lançado em 2012, capta elementos da realidade, ressignifica-os e constrói a partir daí um discurso sobre fenômenos sociais como o medo, a sensação de insegurança, a violência urbana, as cisões entre centro e periferia, as relações de trabalho e o recente passado colonial ligado ao ciclo açucareiro. Demonstramos de que forma o filme capta a rotina da pequena rua de Recife de maneira naturalista, desembocando em “impressões de realismo”. Em seguida, abordamos a maneira pela qual o cinema contemporâneo e também o cinema nacional têm apresentado a questão da violência e suas diferenças em relação à narrativa de O som ao redor. Além disso, abordamos a importância dialética entre o campo e o fora de campo como elementos formais necessários para construção do que chamamos de estética do “dentro” e do “fora” e sua relação com o medo e a sensação de insegurança, bem como a construção da banda sonora que privilegia sons vindos do fora de campo, que remetem ao que não está ali enquadrado pela câmera. Para isso, realizamos análise de temática de O som ao redor, analisando as sequências do filme, partindo da obra, construindo relações possíveis entre ela e o mundo em um incessante movimento de retorno à obra, considerando que obra de arte é, por si só, um fenômeno social que se relaciona com outros que lhe são externos. Nesse sentido,procuramos relacionar o discurso fílmico com o conceito de sociedade disciplinar de Michel Foucault, a análise de Zygmunt Bauman dos medos e das relações humanas na contemporaneidade e a sociologia da arte de Jean-Marie Guyau, assumindo como campo epistemológico as relações entre filosofia, sociologia e sociologia da arte.