Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Mônia Maria Carvalho da
 |
Orientador(a): |
COSTA, Marcondes Lima da
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
|
Departamento: |
Instituto de Geociências
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10735
|
Resumo: |
Muitos sítios arqueológicos da Amazônia se caracterizam por apresentar solos tipo Terra Preta geralmente denominada de Terra Preta Arqueológica (TPA), em que os principais registros de ocupação humana pré-histórica estão representados pelos mais comuns materiais do seu cotidiano como fragmentos cerâmicos (FCs), artefatos líticos e carvão. Os solos TPA se destacam pela alta fertilidade conferida pelos teores elevados de nutrientes, como Ca, Mg, Na, K Mn, Zn e P, um destaque quando comparados com os solos dominantemente pobres da Amazônia. Entre as várias regiões ricas em sítios arqueológicos com TPA encontra-se a Província Mineral de Carajás, mais especificamente a área de domínio da mina de cobre de Salobo, os quais estão situados nas encostas de vales e até mesmo no topo da serra. Nesta região foram realizados estudos de campo por pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi, que delimitaram dois sítios arqueológicos, um denominado Cachorro Cego, contendo TPA, e o sítio Orlando, embora ricos em FCs apresenta-se desprovido de TPA na sua composição. Dentre os dois sítios, o Cachorro Cego foi selecionado para avaliar a contribuição dos FCs sobre os solos, em especial os TPA sobre a química dos fragmentos cerâmicos, principalmente no que concerne o conteúdo de fósforo. Para este fim foram selecionadas 14 amostras de FCs coletados nos dois sítios investigados, bem como seis amostras de solos restritos ao Cachorro Cego provenientes de cada ponto onde as cerâmicas foram extraídas. As cerâmicas coletadas foram previamente limpas, pulverizadas e posteriormente submetidas para análises mineralógicas por DRX e microscopia óptica, análise químicas totais por ICP-MS e ICP-OES via fusão alcalina, microscopia óptica de varredura e análise de fertilidade. Essas mesmas técnicas analíticas foram empregadas nas amostras de solo, com exceção da microscopia óptica e eletrônica. Os resultados obtidos indicam similaridade tanto na composição química quanto na mineralogia nos FCs dos dois sítios investigados. Os FCs são constituídos de quartzo, metacaulinita e albita como minerais principais, um fundo matricial representado por material amorfo, equivalente a metacaulinita, além de microclínio e muscovita como minerais acessórios. As análises destacam os teores elevados de SiO2, Al2O3 e Na2O, além de MgO, CaO e K2O em menores proporções. Os teores de Fe2O3, de 5,26% no Cachorro Cego e 5,8% no Orlando não mostraram correspondência com oxido-hidróxidos de ferro (goethita e hematita, quiçá maghemita), encontrados em FCs de outros sítios. A concentração do P2O5 é inferior a 0,5%, igualmente nos dois sítios, contrastando com os valores observados na maioria dos sítios TPA. Dentre os elementos traço analisados, apenas Y, Zr, Th, Cu, Ga e U se destacam com valores acima da média crustal, nos dois sítios estudados. Os elementos terras raras quando normalizados aos condritos apresentaram enriquecimento em ETRL com sutil anomalia positiva de Ce e negativa de Eu. Em termos de fertilidade os FCs de Cachorro Cego se destacam pelos altos níveis de Ca disponível e P disponível correspondendo a (57,02 mg/dm3 e 2,44 cmol/dm3) contra Orlando (13,47 mg/dm3 e 1,79 cmol/dm3). No entanto Orlando se destaca em K disponível (0,77 cmol/dm3) e Mg disponível, (1,05 cmol/dm3) contra 0,42 cmol/dm3 e 0,63 cmol/dm3 respectivamente. Os solos de Cachorro Cego variam de textura de franco siltosa a franco arenosa, constituídos predominantemente por quartzo e caulinita, com anatásio e hematita em menor proporção, espelhando-se na abundância de SiO2 e Al2O3, com menor conteúdo de Fe2O3 e TiO2. O conteúdo de K2O, Na2O, MgO e CaO é muito baixo. A média dos nutrientes disponibilizado pelo solo foi de 33,49 mg.Kg-1 para P, 55,88 mg.Kg-1 para Na+, 59,12 mg. Kg-1 para K+, 75,9 mg.Kg-1 para Mg2+ e 835,7 mg.Kg-1 para Ca2+, dados que confirmam a assinatura TPA. Os FCs dos dois sítios são, portanto similares tanto na sua composição química quanto mineralogia, os teores de nutrientes como Ca, Mg, K, Na apresentaram conteúdos próximos exceto P, mais elevados na TPA. Os solos de Cachorro Cego são comparáveis a outros sítios Amazônicos, tanto na mineralogia, química, granulometria quanto na fertilidade. Aparentemente os FCs contribuíram com a fertilidade do solo TPA, a exemplo de Cachorro Cego. |