Contaminação no lago Xolotlán causada pelos despejos vertidos pela área metropolitana da cidade de Manágua, Nicarágua

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: ALBUQUERQUE ESPINOZA, Noemi Marlene
Orientador(a): FENZL, Norbert lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14925
Resumo: O lago Xolotlán, o menor dos dois grandes lagos que ocupam a Depressão Nicaraguense, está sendo poluído pela área metropolitana da cidade de Managuá desde 1928 quando começa a ser utilizado como corpo receptor dos esgotos sanitários dessa cidade. Atualmente recebe, além disso, as águas residuárias das principais indústrias da Nicarágua (localizadas em Manágua); sedimentos, lixo, alto teor de nutrientes e poluentes orgânicos da bacia de drenagem e as águas que percolam do principal lixão da cidade de Manágua (Lixão Acahualinca). Para determinar os níveis de contaminação por cromo, cobre, arsênio, cádmio, mercúrio e chumbo no litoral Sul do lago Xolotlán foram realizadas duas campanhas de amostragem em seis perfis com direção norte que partiram desde os pontos de descarga de três coletores de esgotos sanitários, um efluente de águas residuárias industriais, um canal de drenagem pluvial e na frente de um aterro "sanitário". Na primeira campanha, a amostragem foi realizada até uma distância de 1000 metros da costa do lago e na segunda, até 500 metros. Foram coletadas amostras de água e sedimentos para análise de elementos traços e amostras de água para a determinação de variáveis físicas e físico-química. Uma terceira campanha de amostragem foi realizada em dois perfis para determinar as concentrações de ƩDDT e do toxafeno em sedimentos do lago Xolotlán. Para a determinação dos elementos traços foi utilizado o método de espectrometria de absorção atômica. A ƩDDT e o toxafeno foram determinados pelo método de cromatografia gasosa. Na análise das variáveis físicas e físico-químicas foram utilizados os métodos descritivos por APHA (1992). As concentrações de cromo, cobre, arsênio e cádmio em água foram inferiores aos limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) do Brasil em 1987 para águas salobras destinadas à recreação de contato primário, à proteção de comunidades aquáticas e a criação de espécies destinadas à alimentação humana. O chumbo esteve justamente no limite estabelecido pelo CONAMA para esse poluente (10ppb) no ponto de descarga do afluente amostrado de águas residuárias industriais na primeira amostragem. As concentrações de mercúrio em água foram elevadas em todo o perfil do efluente de águas residuárias, variando desde 0,6 até 0,1 ppb, nas duas amostragem. Em sedimentos do litoral do lago Xolotlán o cromo foi encontrado numa concentração média de 15,1 µg/g e sua distribuição na maioria dos perfis indica contaminação por fontes pontuais, à semelhança do que ocorre com o cobre (57 - 28 µg/g) e o arsênio (1,3 - 11,2 µg/g). A contaminação por cádmio (0,7 - 4,7 µg/g) é produto da atividade vulcânica. Os sedimentos amostrados no ponto de descarga do efluente de águas residuárias amostrados apresentam uma forte contaminação por mercúrio (57,6 µg/g), que diminui com a distância. Por sua vez, a contaminação por chumbo (concentração média de 36,8 µg/g) está difundida em toda a área de estudo e, com exceção de um perfil, sua distribuição espacial indica contaminação por fontes não pontuais. O toxafeno só foi detectado no ponto de descarga das águas residuárias industriais, mas a concentração foi elevada (10 ppm). A distribuição da ƩDDT sugere contaminação por uma fonte pontual não identificada. Os resultados das análises das variáveis físico-químicas demonstram que a atividade vulcânica está contribuindo com altos valores de Ph, sólidos, boro, fluoretos e concentrações de íons maiores. A diminuição significativa na concentração de nutrientes e das demandas química e bioquímicas de oxigênio, com a distância das fontes de contaminação pontuais revelam que o lago Xolotlán possui uma elevada capacidade de estabilização.