Caracterização físico-química da água e mineralógica e geoquímica do material em suspensão e de sedimento de fundo do lago Amapá (Acre)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: CARVALHO, Luis Carlos Farias de lattes
Orientador(a): COSTA, Marcondes Lima da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11939
Resumo: A região Amazônica caracteriza-se não somente por sua pujante floresta tropical como, também, por sua grande rede de drenagem fluvial e lacustre. Na Amazônia SulOcidental, onde se destacam três grandes bacias hidrográficas, rios Juruá, Purus e Madeira, são muito freqüentes os lagos em forma de ferradura. À margem direita do rio Acre, um dos principais afluentes do rio Purus, próximo à capital do Estado do Acre, Rio Branco, está o lago Amapá, um típico lago em ferradura formado por um meandro abandonado. Foram realizadas medidas de parâmetros físico-químicos das águas do lago Amapá durante estiagem e período chuvoso em três estações para se ter idéia das implicações da variação sazonal sobre os parâmetros observados. Foram coletadas, ainda, amostras para análise química elementar das águas e material em suspensão, além de análises mineralógicas do sedimento em suspensão. Sedimentos de fundo foram coletados em três furos de sondagem, com auxílio de sonda manual do tipo Livingstone, em período de estiagem, que foram submetidos a análises químicas, mineralógicas (DRX e MEV), granulométricas e geocronológicas. As águas do lago Amapá apresentam elevados valores de turbidez, STS, amônia, (fosfato) e cloreto, indicando ação antrópica em seu entorno. As concentrações elevadas de Na, Mg, K, Fe, Al, Mn, Ba e Sr estão relacionadas a minerais de argila tipo esmectita e illita. Os sedimentos do lago Amapá são finos síltico-argilosos caracterizados por alternância de camadas claras e escuras, preservando, ainda, detritos orgânicos vegetais. A mineralogia dos sedimentos é homogênea ao longo dos três furos e está representada, principalmente, por quartzo, caulinita, illita e esmectita, além de albita e K-feldspatos. A vivianita ocorre como pseudomorfos de detritos de material orgânico vegetal. São sedimentos com pH ácido (4-5), ao contrário das águas, que são alcalinas, e com baixos valores de matéria orgânica. Os sedimentos são constituídos, principalmente, de SiO2, Al2O3 e Fe2O3, além de K2O, MgO, TiO2, CaO, Na2O, P2O5 e MnO. Essa composição reflete abundância de quartzo e argilominerais como illita e esmectita. Provavelmente o ferro encontra-se representado por sulfetos amorfos ou, ainda, em parte por argilominerais (esmectita). Comparados com a crosta terrestre superior, os sedimentos de fundo do lago Amapá mostram-se empobrecidos em Na2O, CaO, MgO, K2O e SiO2, e enriquecidos em MnO, TiO2, Fe2O3 e Al2O3. Os teores médios de Al2O3, Fe2O3, MnO e TiO2 são similares aos de folhelhos pós-arqueanos da Austrália, sendo os sedimentos do lago Amapá comparáveis a esses folhelhos. São sedimentos imaturos relacionados aos argilominerais como illita e esmectita e feldspatos. Dentre os elementos-traço, As e Sb estão mais enriquecidos em relação à crosta terrestre superior. Mostram-se similares aos PAAS. Os sedimentos também se assemelham a esses folhelhos via ETR’s estando mais enriquecidos em Eu, Gd, Tb e Dy. O sedimento em suspensão assemelha-se ao do rio Acre na mineralogia e composição química, divergindo parcialmente na granulometria. O lago Amapá formou-se no Holoceno Superior a 3160 anos AP. Apresenta uma taxa de sedimentação média de 1,1 mm/ano, apresentando-se em estágio de colmatação, recebendo ainda carga em suspensão do seu rio formador, o rio Acre, principalmente à época das enchentes decenais. No seu entorno, a ação antrópica centrada em pisciculturas, desmatamentos, expansão humana desordenada, além de uma rodovia de terra, contribuem para seu assoreamento e eutrofização.