Aplicação de geoprocessamento na análise ambiental das bacias hidrográficas do Igarapé Juruti Grande e rio Aruã – Juruti – Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: TANCREDI, Nicola Saverio Holanda lattes
Orientador(a): BORGES, Mauricio da Silva lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11758
Resumo: A área destas pesquisas localiza-se na região de Juruti, correspondendo as bacias hidrográficas do igarapé Juruti Grande e do rio Aruã. Está inclusa no domínio do clima equatorial úmido com precipitação pluviométrica total anual média de 2.223 mm, apresentando floresta densa com grande número de espécies vegetais. A pedologia mostra essencialmente latossolos amarelos e nas planícies de inundação do rio Amazonas, solos hidromórficos. Esta região situa-se na Bacia Sedimentar do Amazonas estando na parte superior, um espesso pacote de rochas cretáceas, pouco consolidadas, da Formação Alter do Chão, sendo recoberta na rede de drenagem por depósitos aluviais, destacando-se a planície de inundação do rio Amazonas. A área das bacias hidrográficas do igarapé Juruti Grande e rio Aruã apresentam bom estado de conservação. Contudo, desenvolve-se na área dos platôs dessas bacias o Projeto Juruti para explotação de bauxita, pela empresa Alcoa Inc., passando essa área por intensa especulação, com grande pressão sobre o meio ambiente, sendo necessário monitoramento periódico por parte dos órgãos competentes para manutenção do ecossistema equilibrado. Assim, o geoprocessamento desponta como uma alternativa eficiente, rápida e de baixo custo para este monitoramento ambiental, evidenciado pelos resultados apresentados nestas pesquisas. Disponibilizaram-se metodologias para gerenciar o capital natural da área de investigação, desenvolvendo-se sistemas de informação geográficas (SIG’s), pois possuem papel vital na administração das informações espaciais do meio ambiente, facilitando a gestão por meio digital dos dados cartográficas e permitindo a elaboração de prognósticos e diagnósticos decorrente dos problemas ambientais, subsidiando o planejamento e a tomada de decisões. Desta maneira aaplicação de SIG´s na área de investigação é de grande valia, uma vez que a região de Juruti passa e passará, por grandes transformações em vários aspectos ecológicos e sócioeconômicos, deixando de ser apenas mais uma região ribeirinha da Amazônia. Na construção do SIG para esta área, efetivou-se o armazenamento da geometria e dos atributos de dados georreferenciados, além de imagens de radar e de satélites, com datas de aquisição nos anos de 1972, 1986, 1997, 2000, 2001 e 2005. A abordagem multitemporal permitiu o acesso a informações sobre a evolução do uso da terra e as alterações qualitativas e quantitativas da cobertura vegetal natural, possibilitando análise dos biomas alterados entre os diferentes anos comparados, entendidos como fundamentais para avaliações iniciais da ecologia da paisagem, sobretudo no que concerne aos seus landcovers. O procedimento computacional possibilitou a uma avaliação inicial de parâmetros métricos (sobretudo os relacionados a diversidade paisagística) de forma automática, além da geração de mapas temáticos digitais. O desenvolvimento e aplicação destas metodologias tecnológicas (geoprocessamento e sensoriamento remoto aplicados a imagens de radar e de satélites), na região de Juruti, possibilitaram a geração de diversos produtos representativos, como os mapas multitemporais de uso e ocupação do solo, de altimetria, correlação de declividade com o relevo, lineamentos de drenagens, dentre outros. Os mapas temáticos de classificação e uso do solo apresentaram a evolução dos landcovers nos quatro anos utilizados como referência. A aplicação do índice de kappa para avaliação da qualidade do mapeamento temático apontou um resultado de 0,72, indicando que a classificação foi muito boa. Os mapas temáticos e os respectivos gráficos comparativos mostraram que a área de floresta apresentava 91,8% do total da área no ano de 1986; 87,22% em 1997; 85,57% em 2001 e 74,92% em 2005. As áreas antropizadas e de capoeira, aumentaram proporcionalmente à diminuição das áreas de florestas. O mapa de correlação de declividade com o relevo apresentou o predomínio de áreas com baixa declividade, em especial as áreas com relevo de várzea e planas a suave onduladas. As regiões que apresentaram relevo ondulado a forte ondulado concentraram-se, principalmente, na parte central das bacias hidrográficas. As interpretações geométricas e cinemáticas das principais estruturas neotectônicas existentes na área de trabalho com análise da rede de drenagem detalhada, consideraram apenas os segmentos retos, assumindo que os mesmos representariam lineações de drenagem. Neste sentido, detectaram-se as direções: NE-SW, bem marcada e caracterizando feixes extensos, marcados por conjuntos de lineações isoladas e por alinhamentos, concentrando-se sobretudo na porção SE da região investigada, NNE-SSW concentrada na porção NW da área, particularmente próximo ao rio Amazonas.