Festribal de Juruti: um inesgotável acontecimento discursivo na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: https://orcid.org/0009-0001-7039-6122 lattes
Outros Autores: VALE, Giselle Moreira do
Orientador(a): CARVALHO, Luciana Gonçalves de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências da Sociedade
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/1969
Resumo: O município de Juruti recentemente se destacou na região do Baixo Amazonas como uma potencialidade no campo da cultura pelo Festribal, como é comumente conhecido o Festival Folclórico das Tribos Indígenas de Juruti, que se consolida como tal desde 1995. Essa festa foi reconhecida como patrimônio cultural do estado do Pará em 2008 e possibilitou a inserção de Juruti no Mapa do Turismo em 2016, além de se promover como um evento de valorização dos povos indígenas e de posicionamento político quanto à preservação da Amazônia. Atualmente, vem ganhando força discursiva no campo econômico, como uma ferramenta capaz de gerar emprego e renda para a região, através do turismo. Sob uma abordagem discursiva e uma proposta metodológica inspirada em Michel Foucault, o objetivo da pesquisa é analisar os processos de emergência do Festribal de Juruti como vetor de desenvolvimento, a partir dos sujeitos envolvidos na organização e no financiamento da festa. Para essa análise, o estudo se divide em três dimensões que seguem o direcionamento da metáfora da arqueologia como procedimento de pesquisa. Sendo assim, a primeira dimensão descreve a estrutura do Festribal de Juruti em termos de apresentação, de organização e de financiamento nos dias atuais, ou seja, a festa vista como é hoje, o que Foucault chama de superfície. A segunda dimensão aponta os marcadores temporais ou as superfícies de emergência que foram determinantes na consolidação do protagonismo do Festribal no cenário cultural de Juruti, que corresponde às “escavações arqueológicas”. E a última dimensão aponta os conhecimentos sobre a Amazônia chamada de episteme, dentro do desenho metodológico de Foucault. Os estudos indicaram que dentro do lócus enunciativo há uma hibridação entre os sujeitos que construíram um conjunto de discursos a partir dos dados estatísticos, do turismo cultural, do imaginário amazônico e da política como catalisadora da cultura, que juntos possibilitam o Festribal de Juruti se materializar com um vetor de desenvolvimento local. Isso tudo mostra uma Amazônia contemporânea diversa, dialética e decolonial.